Pensei em escrever um poema
Faltou-me inspiração para começar
Tentei escrever uma canção
Mas faltou-me emoção para cantar
Muitas coisas pensei em fazer
Muitas coisas pensei em dizer
Faltou-me coragem para fazê-las e dizê-las,
Pois em muitas coisas deixei de acreditar
Agora olhando para o azul e na imensidão
Vejo como num espelho refletido
Como se fosse Narciso despercebido
Sem prestar atenção, sem ouvir a canção
Somente ensimesmado, calado, pasmado
Somente contido, sonhando, vislumbrando
De repente, o mar mareja, manseja
A mansidão do olhar
De repente, a canção, a emoção, a inspiração
Ah! O mar, mar dos poetas, navegantes,
Retirantes, imigrantes, mar dos amantes
Fez-me à vida voltar, fez-me ver no teu olhar
O meu próprio olhar
Devolveu-me os sonhos de navegar
E as palavras companheiras navegaram
Sem se preocupar se alguém as espera
Só se importaram em navegar
E trazer de volta a inspiração, a emoção
Para um poema declamar
Poema de mar, amar, sonhar, realizar.
José Geraldo da Silva
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