sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A ESCOLA E A CIDADANIA


 
‘Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo”.
                                                              (Paulo Francis)
 
Quando se pensa ou discute a educação vem sempre à mente muitos questionamentos: Educar para quê? Por que é necessário que haja educação? Que tipo de educação se discute? São sem dúvida, questionamentos relevantes, porém, hoje o tema educação tem sido tratado de maneira superficial. Projetos pedagógicos, implantações de leis, programas educacionais, tudo isso lançado como se fossem a tábua de salvação para o déficit educacional existente em nosso país. Enquanto não houver a consciência de que é necessário educar o povo, pois só assim se alcança uma sociedade mais justa e igualitária em que todos os cidadãos estejam preparados para exercer a plena cidadania. É este cidadão que deve ser levado em conta quando se discute as propostas para a educação.
Sabe-se que as grandes nações do mundo só alcançaram a sua soberania no momento em que investiram na educação do povo. Infelizmente, o Brasil demorou em acordar para essa realidade. Desde o início de sua história apenas uma pequena parte da elite econômica tinha acesso às escolas. Aqui se viveu um modelo medieval. Os jesuítas organizaram escolas no território brasileiro com a justificativa de catequizar os gentios, mas mesmo assim, era para poucos.
O grande número de analfabetos no final do século dezenove e início do século vinte era assustador. Escolas apenas para as elites, a minoria da sociedade. Um absurdo, pois o mundo passava por grandes transformações, tanto no campo ideológico, como no tecnológico, porém aqui, caminhava-se a passos lentos diante de todos esses processos.
Governos e mais governos e nenhuma solução para o problema, um país ainda de analfabetos. Foi na década de setenta em plena ditadura militar que se propôs a escola para todos. Mas as políticas adotadas não foram capazes de eliminar ao analfabetismo. O sistema governamental continuava privilegiando a minoria dominante. Haja vista o número de alunos pobres que conseguem ingressar na Universidade de São Paulo ou em outras instituições públicas.
A escola não atende o que se espera dela. O número de analfabetos funcionais é alarmante. Medidas são tomadas a toque de caixa, pois só se pensa em resultados em curto prazo, e com isso, eles acabam sendo frustrantes. Alunos desmotivados, professores mal remunerados, que têm que cumprir jornadas de trabalho absurdas, são questões relevantes neste processo. Escolas sem nenhuma estrutura, tanto física quanto pedagógica, e para piorar a questão, a má formação profissional têm corroborado para o caos que se vive no momento.
Entretanto, há que se tomar providências, há que se fazer investimentos maciços, pensar a educação de maneira séria e a longo prazo. Assim os resultados aparecerão e não ficará relegada aos teóricos e pedagogos que defendem teses e mais teses sem nenhuma aplicabilidade. Que não seja apenas plataforma eleitoreira, mas que atinja todas as camadas sociais de maneira igualitária e que definitivamente a teoria se torne prática eficaz, para que enfim se formem cidadãos educados e participativos na construção de uma grande nação.
 
                                                                                    José Geraldo da Silva  
 

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