‘Quem não lê não pensa, e quem não pensa será
para sempre um servo”.
(Paulo Francis)
Quando se pensa ou discute a educação vem
sempre à mente muitos questionamentos: Educar para quê? Por que é necessário
que haja educação? Que tipo de educação se discute? São sem dúvida,
questionamentos relevantes, porém, hoje o tema educação tem sido tratado de
maneira superficial. Projetos pedagógicos, implantações de leis, programas
educacionais, tudo isso lançado como se fossem a tábua de salvação para o
déficit educacional existente em nosso país. Enquanto não houver a consciência
de que é necessário educar o povo, pois só assim se alcança uma sociedade mais
justa e igualitária em que todos os cidadãos estejam preparados para exercer a
plena cidadania. É este cidadão que deve ser levado em conta quando se discute
as propostas para a educação.
Sabe-se que as grandes nações do mundo só
alcançaram a sua soberania no momento em que investiram na educação do povo.
Infelizmente, o Brasil demorou em acordar para essa realidade. Desde o início
de sua história apenas uma pequena parte da elite econômica tinha acesso às
escolas. Aqui se viveu um modelo medieval. Os jesuítas organizaram escolas no
território brasileiro com a justificativa de catequizar os gentios, mas mesmo
assim, era para poucos.
O grande número de analfabetos no final do
século dezenove e início do século vinte era assustador. Escolas apenas para as
elites, a minoria da sociedade. Um absurdo, pois o mundo passava por grandes
transformações, tanto no campo ideológico, como no tecnológico, porém aqui,
caminhava-se a passos lentos diante de todos esses processos.
Governos e mais governos e nenhuma solução
para o problema, um país ainda de analfabetos. Foi na década de setenta em
plena ditadura militar que se propôs a escola para todos. Mas as políticas adotadas
não foram capazes de eliminar ao analfabetismo. O sistema governamental
continuava privilegiando a minoria dominante. Haja vista o número de alunos
pobres que conseguem ingressar na Universidade de São Paulo ou em outras
instituições públicas.
A escola não atende o que se espera dela. O
número de analfabetos funcionais é alarmante. Medidas são tomadas a toque de
caixa, pois só se pensa em resultados em curto prazo, e com isso, eles acabam
sendo frustrantes. Alunos desmotivados, professores mal remunerados, que têm
que cumprir jornadas de trabalho absurdas, são questões relevantes neste
processo. Escolas sem nenhuma estrutura, tanto física quanto pedagógica, e para
piorar a questão, a má formação profissional têm corroborado para o caos que se
vive no momento.
Entretanto, há que se tomar providências, há
que se fazer investimentos maciços, pensar a educação de maneira séria e a
longo prazo. Assim os resultados aparecerão e não ficará relegada aos teóricos
e pedagogos que defendem teses e mais teses sem nenhuma aplicabilidade. Que não
seja apenas plataforma eleitoreira, mas que atinja todas as camadas sociais de
maneira igualitária e que definitivamente a teoria se torne prática eficaz,
para que enfim se formem cidadãos educados e participativos na construção de
uma grande nação.
José Geraldo da Silva
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