domingo, 21 de outubro de 2012

GENEROSIDADE




 Há sempre uma expectativa quando se lança uma campanha para arrecadação de fundos para entidades filantrópicas. Sempre vem à mente questionamentos sobre a idoneidade destas organizações. Mas quando se trata da AACD, não tenho dúvidas em participar. Acredito que não há nem necessidade de comentar a importância desta instituição que promove um trabalho humanitário inigualável. Crianças que são atendidas diariamente e recebem além do tratamento de que necessitam também amor e esperança na vida. É emocionante ver a alegria destas pessoas que apesar das dificuldades não perderam a vontade de viver. É com essa convicção que abraço essa causa.
Sou educador, acredito no ser humano, por isso acreditei na generosidade dos meus alunos que junto comigo vestiram a camisa na campanha de doações. Quando lhes propus enchermos um simples cofre, não imaginava que fossem levar tão a sério tal empreendimento. Falei-lhes sobre generosidade, amor ao próximo e acima de tudo solidariedade e eles entenderam a mensagem, e pelo segundo ano consecutivo demonstraram uma atitude humana que nos emociona.Não só encheram o cofre, como também pediram para ir visitar a instituição, pedido esse que foi atendido. O mais impressionante é que eles querem continuar doando, não querem ficar somente nesta campanha. São adolescentes que se interessaram pelo outro e a cada doação podia se ver a alegria e o desejo de participar.
Muitos dizem que os adolescentes são egoístas, não foi isso que eu vi. Todas as pessoas são capazes de se sensibilizar com a dor do outro. Não precisei fazer discursos persuasivos e muitas vezes demagógicos. Disse apenas o que sentia no meu coração, da importância em ajudar aqueles que precisam, que a AACD é coisa séria. Que milhares de crianças e adolescentes são ajudadas com as nossas contribuições. Emocionou-me o resultado, não pelo valor arrecadado, mas pelo espírito generoso dos meus alunos.
Obrigado queridos alunos da EMEF. Profª Alayde D.C.Macedo, pois a atitude de vocês me fez crer que ser professor vale a pena e parafraseando o meu mestre João Guimarães Rosa, mestre não é só aquele que ensina, mas também aquele que aprende. Todos os dias eu aprendo e desta vez aprendi que acreditar no outro não é desperdício de tempo.

                                               José Geraldo da SiIva

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A ESCOLA E A CIDADANIA


 
‘Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo”.
                                                              (Paulo Francis)
 
Quando se pensa ou discute a educação vem sempre à mente muitos questionamentos: Educar para quê? Por que é necessário que haja educação? Que tipo de educação se discute? São sem dúvida, questionamentos relevantes, porém, hoje o tema educação tem sido tratado de maneira superficial. Projetos pedagógicos, implantações de leis, programas educacionais, tudo isso lançado como se fossem a tábua de salvação para o déficit educacional existente em nosso país. Enquanto não houver a consciência de que é necessário educar o povo, pois só assim se alcança uma sociedade mais justa e igualitária em que todos os cidadãos estejam preparados para exercer a plena cidadania. É este cidadão que deve ser levado em conta quando se discute as propostas para a educação.
Sabe-se que as grandes nações do mundo só alcançaram a sua soberania no momento em que investiram na educação do povo. Infelizmente, o Brasil demorou em acordar para essa realidade. Desde o início de sua história apenas uma pequena parte da elite econômica tinha acesso às escolas. Aqui se viveu um modelo medieval. Os jesuítas organizaram escolas no território brasileiro com a justificativa de catequizar os gentios, mas mesmo assim, era para poucos.
O grande número de analfabetos no final do século dezenove e início do século vinte era assustador. Escolas apenas para as elites, a minoria da sociedade. Um absurdo, pois o mundo passava por grandes transformações, tanto no campo ideológico, como no tecnológico, porém aqui, caminhava-se a passos lentos diante de todos esses processos.
Governos e mais governos e nenhuma solução para o problema, um país ainda de analfabetos. Foi na década de setenta em plena ditadura militar que se propôs a escola para todos. Mas as políticas adotadas não foram capazes de eliminar ao analfabetismo. O sistema governamental continuava privilegiando a minoria dominante. Haja vista o número de alunos pobres que conseguem ingressar na Universidade de São Paulo ou em outras instituições públicas.
A escola não atende o que se espera dela. O número de analfabetos funcionais é alarmante. Medidas são tomadas a toque de caixa, pois só se pensa em resultados em curto prazo, e com isso, eles acabam sendo frustrantes. Alunos desmotivados, professores mal remunerados, que têm que cumprir jornadas de trabalho absurdas, são questões relevantes neste processo. Escolas sem nenhuma estrutura, tanto física quanto pedagógica, e para piorar a questão, a má formação profissional têm corroborado para o caos que se vive no momento.
Entretanto, há que se tomar providências, há que se fazer investimentos maciços, pensar a educação de maneira séria e a longo prazo. Assim os resultados aparecerão e não ficará relegada aos teóricos e pedagogos que defendem teses e mais teses sem nenhuma aplicabilidade. Que não seja apenas plataforma eleitoreira, mas que atinja todas as camadas sociais de maneira igualitária e que definitivamente a teoria se torne prática eficaz, para que enfim se formem cidadãos educados e participativos na construção de uma grande nação.
 
                                                                                    José Geraldo da Silva  
 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O CRISTO INCOMPARÁVEL

Mais de dois mil e doze anos atrás houve um homem que nasceu de modo contrário às leis da vida. Esse homem viveu na pobreza e cresceu desconhecido das pessoas. Não viajou muito. Só uma vez atravessou a fronteira do país que viveu; isso durante a infância por ocasião de Seu exílio.Não possuiu riquezas e nem recebeu influências. Seus parentes eram pessoas sem qualquer projeção e não recebeu instrução nem educação formal. Ainda bem pequenino despertou os temores de um rei; na infância confundiu os doutores; na idade adulta controlou o curso da natureza, andou sobre as ondas como alguém anda na calçada e fez o mar sossegar. Curou as multidões sem qualquer remédio e não cobrou nada por esse favor.
Nunca fundou uma escola, mas todas as escolas do mundo reunidas não podem se orgulhar de ter mais discípulos do que Ele.Nunca comandou um exército, nem alistou um só soldado, nem disparou uma arma; e, no entanto, nenhum outro líder chegou a ter mais voluntários que, sob seu comando, tivessem levado mais rebeldes a depor armas e a se render sem um só disparo.
Nunca praticou a psiquiatria e, no entanto, tem curado mais corações despedaçados do que todos os médicos do mundo. Uma vez por semana param as engrenagens do comércio e as multidões se dirigem a reuniões de adoração com o propósito de prestar-Lhe tributo e manifestar-Lhe respeito.Os nomes dos orgulhosos estadistas gregos e romanos do passado surgiram e desapareceram. Os nomes de cientistas, filósofos e teólogos do passado surgiram e desapareceram. Mas o nome deste Homem é mencionado cada vez mais.
 Embora tenham se passado dois mil e doze anos entre o momento da sua crucificação e a geração atual, contudo Ele ainda vive. Herodes Não pôde destruí-Lo, e o sepulcro não pôde retê-Lo.Ele se sobressai no mais elevado grau da glória celestial, aclamado por Deus. Reconhecido pelos anjos, adorado pelos santos e temido pelos demônios – Tudo isso na qualidade do Cristo vivo e pessoal, nosso Senhor e Salvador.
                                                (McDOWELL, Josh. Evidências que exige um veredicto.)

 

DEPOIMENTOS DE NAPOLEÃO BONAPARTE A RESPEITO DE JESUS
“Eu conheço as pessoas e lhes afirmo que Jesus Cristo não é um simples homem. Entre Ele e todas as demais pessoas do mundo não existe termo possível de comparação. Alexandre, Cesar, Carlos Magno e eu fundamos impérios. Mas em que é que se basearam os sustentáculos da nossa capacidade? Na força. Jesus Cristo fundou o Seu império baseado no amor; e neste momento milhões de homens estão dispostos a morrer por Ele.”
“Só Cristo chegou ao ponto de dirigir de tal forma a atenção da mente humana para o invisível que ela se torna insensível às barreiras do tempo e do espaço. No transcorrer de mil e oitocentos anos Jesus Cristo faz um pedido que é mais difícil de atender do qualquer outro. Ele pede aquilo que uma filosofia frequentemente poderá, em vão, procurar em seus simpatizantes, ou que um pai poderá procurar em seu filho, ou uma jovem em seu esposo, ou um homem em seu irmão. Ele pede o coração humano; Ele quer tê-lo inteiramente para Si; Ele o requer incondicionalmente e quer ser atendido sem demora. E a capacidade e a habilidade dessa pessoa tornam-se uma anexação ao império de Cristo. Todos os que sinceramente creem nEle experimentam esse amor sobrenatural para com Ele. Esse fenômeno é inexplicável, está totalmente fora do âmbito da capacidade criativa do homem. O tempo, que é o grande destruidor, é incapaz tanto de exaurir suas forças como pôr limites ao seu alcance”.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

0 EVANGELHO DA GRAÇA



A graça de Deus é a totalidade pelo que homens e mulheres são tornados justos
Romanos 3.24sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante  redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos”
Tito 3.7 “a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna”
Pela graça Paulo foi chamado
Gálatas 1.15 “Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve

Deus derrama sua gloriosa graça sobre nós em seu filho
Efésios 1.6 “para louvor de sua graça, que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado”
A graça de Deus foi manifestada para a salvação de todos
Tito 2.11 “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”
A graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo
I Timóteo 1.14 “transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus

A graça é o depósito ao qual temos acesso através de Jesus Cristo
Romanos 5.2 “por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus
É um estado de condição que nos encontramos ( Romanos 5.2 )

É recebida em abundancia
Romanos 5.17 “Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo”

A graça de Deus abundou mais que o pecado
Romanos 5.15, 20, 21 “Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos”.
“Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor” (20,21)
Romanos 6.1 “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?

É nos dada em Cristo
I Coríntios 1.4 “Sempre dou graças a [me] Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus”
Paulo não a recebeu em vão
2 Co. 6.1E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus”

A superabundante graça de Deus está dentro do Cristão
2 Co. 9.14 enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós”
Ela se estende para mais e mais pessoas
2 Co. 4.15 “Porque todas as coisas existem por amor de vós, para que a graça, multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por meio de muitos, para glória de Deus.”

A graça contrasta com as obras, que carecem do pode para salvar; se as obras tivessem esse poder, a realidade da graça seria anulada
Romanos 11.5ss “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça”
Efésios 2.5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos”
“para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (7ss)
2 Timóteo 1.9 “e que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”
A graça contrasta com a Lei. Tanto judeus quanto gentios são salvos pela graça do Senhor Jesus
Atos 15.11 “Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram”

Apegar-se à Lei é anular graça e quando os gálatas aceitaram a Lei caíram da graça
Gálatas 2.21 “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.”
Gálatas 5.4 “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes”

O cristão não está debaixo da Lei, mas debaixo da graça
Romanos 6.14Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça”

A graça contrasta com o que é dúvida
Romanos 4.4 “Ora ao que trabalha, o salário não  é considerado como favor, e sim como dívida”

O evangelho, que  é a boa nova da graça, pode ele mesmo ser chamado de graça ou de palavra da graça
Atos 20.24Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.
Atos 14.3 “Entretanto, demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua  graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios
Atos 20.32 “Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados”

                                                                                 Pr. José Geraldo da Silva

MANTENHA A LUZ ACESA CONTINUAMENTE

 TEXTOS: ÊXODO 25.31-40; 27.20; EFÉSIOS 5.18. 

INTRODUÇÃO
 O candelabro era peça importante dentro do Tabernáculo. Ficava do lado esquerdo da entrada. Pesava cerca de 30 quilos de puro ouro batido. Contava com uma haste principal e seis lâmpadas. Num total de sete lâmpadas. Deveria ficar aceso continuamente, pois era a única luz no Tabernáculo. Quanto à função das lâmpadas, o texto declara que elas acenderiam “para alumiar defronte dele”. O objetivo, portanto, das lâmpadas, era iluminar o próprio candelabro o que, em relação aos filhos de Deus, não é diferente, pois o propósito do Senhor para os seus filhos é que estes o glorifiquem. Em Mateus 5.14-16, lemos o seguinte: “Vós sois a luz do mundo não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para coloca-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos que se encontrem na casa, assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso pai que está nos céus”. O candelabro não tinha nenhuma emenda, pois é uma peça única, isto representa a nossa unidade com Cristo. Nesta ministração serão enfatizados três aspectos para a vida cristã em relação à tipologia do candelabro.
PRIMEIRO. Sendo um recinto totalmente fechado, sem janelas e com um reposteiro à entrada que ficava constantemente fechado. É claro que não havia incidência alguma de luz natural lá dentro, e mais claro ainda se torna de que toda iluminação do lugar Santo dependia exclusivamente do candelabro de ouro. Pode-se observar com isso, que nenhuma luz natural, isto é, fruto do raciocínio humano, pode alcançar e transformar o mundo ou iluminar os crentes na sua comunhão com Cristo. Infelizmente, muitos grupos e igrejas evangélicas concedem maior ênfase ao intelectualismo do que à importância de se viver em comunhão intima com Cristo. O resultado fatal é que o mundo e, por vezes os próprios crentes, permanecem nas trevas. Lembrando que o acesso interior da tenda era permitido apenas aos sacerdotes, então diríamos que 
ninguém precisa tanto de uma maior iluminação do que os próprios filhos de Deus, pois à medida que receberam esta incidência da luz divina, poderão refleti-la. Em segunda aos Corintios 3.18 encontramos esta verdade: “E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a gloria do Senhor, somos transformados de gloria em gloria, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. Nada seria visível no interior do Tabernáculo se, porventura, viesse faltar o candelabro. Nenhuma atividade espiritual será possível se os crentes não estiverem vivendo na luz. “Se, porém andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”. 
SEGUNDO. O combustível para as lâmpadas era o azeite de oliva puro, especialmente preparado para este serviço. Na Palavra de Deus, o azeite sempre representa o Espírito Santo quando considerado o estudo da tipologia bíblica. Sendo assim, encontramos pela primeira vez no Tabernáculo de modo bastante explicito a Terceira Pessoa da Trindade numa função bastante caracterizada, pois, em figura era através da energia do azeite que as lâmpadas podiam irradiar luz, o que deve acontecer também na vida do crente que precisa do poder do Espírito para refletir a luz de Jesus. 
TERCEIRO. O ajuste das lâmpadas, ou seja, a manutenção. Seria interessante considerar agora de que maneira o Sumo Sacerdote evitava diminuição de luz naquelas lâmpadas. Em Êxodo 30.7, lemos que Arão preparava as lâmpadas a cada manhã, e o termo hebraico traduzido por preparar significa literalmente “acertar, ou ajustar”. Há então necessidade de se fazer periodicamente o que se chama de “poda” que é o ato de simplesmente cortar fora aquela crosta formada, visando maior eficiência do pavio. São necessárias aqui três importantes observações: Primeiro, o desgaste se verifica no pavio e não no azeite; segundo, o ajuste ou a “poda” deve ser imediato para que não haja acúmulo de resíduos queimados; por fim, todas as lâmpadas precisam ser aparadas. É a vida do crente que precisa ser ajustada e não o Espírito Santo. Este ajuste tem que ser diário. 
  Para finalizar, quero dizer, que cada crente que está realmente experimentando intima comunhão com Deus sabe que é necessário permitir ao Espírito que lhe renove as forças a cada momento ou em “cada manhã”. O pavio desgastado ontem, assim como nas experiências passadas, se não for reajustado pode impedir a irradiação de luz no dia de hoje. Acredito que o apóstolo Paulo tinha isso em mente ao relatar a sua própria experiência em Filipenses 3.13,14. “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas, uma coisa faço: Esquecendo-me das coisas que para traz ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o premio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Irmãos mantenham vossas lâmpadas continuamente acesas. Amém!

                                                                                     Pr. José Geraldo da Silva     

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

APRESENTAÇÕS DOS ROTEIROS DE VIAGEM

O projeto roteiros de viagem foi elaborado para trabalhar as habilidades e competências dos alunos em relação à leitura e escrita digital. Após terem elaborado o trabalho escrito, eles fizeram as apresentações utilizando os recursos tecnológicos, conforme fotos abaixo:



Professor José Geraldo
                                     
Apresentações dos roteiros de viagem pelos alunos dos nonos anos



                                     


                                       

         

                                       


                                       


                                       

  
                                       
                                       

   
                                       




                                       

    
                                       


                                      



   

                                     
    



                                   



                                   


                                        
                                   





          
                                   


                                     
   
  


                                     



                                     


                                    
                                   



                                  



                                 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

CHEGOU A HORA DE LER AUGUSTO MATRAGA



 

Dentre os gêneros literários que mais me agradam está o conto e nesta galeria de leituras realizadas destaco a obra de João Guimarães Rosa “Sagarana”, principalmente o conto “A hora e vez de Augusto Matraga”. Ler este conto é estar sempre pronto para o novo, é sempre surpreendente. Acredita-se que Rosa se completa nesta obra. E a história, ou como queiram estória de um homem devasso chamado Augusto Esteves, que após ser dado como morto ressurge e passa ter uma vida resignada e de penitências em decorrência de seu passado, que tem como objetivo ir para o céu nem que seja a porrete. O seu lema é minha hora há de chegar. Vive com um casal de negros que o socorreram e cuidaram de seu restabelecimento. É tentado, porém resiste e cumpre a sua sina, numa sexta feira da paixão.
Este texto pode ser lido e estudado das mais diversas formas. Do ponto da estilística sobram elementos. A combinação de sons criada na narrativa é impressionante. Aliás, é um texto para ser lido em voz alta, dá se a impressão de estarmos numa procissão em que são cantadas ladainhas, pois em todo tempo são apresentados ditados populares que mais se parecem com preces de penitentes e em meio à narrativa são cantadas cantigas folclóricas. É impressionante o ritmo causado pela composição e escolha lexical. É como se estivéssemos numa conversa bem típica de mineiros.
Outra marca importante deste conto é o elemento místico, a presença do sincretismo religioso é constante. Pode-se observar isso nos termos usados pelo narrador, como por exemplo: o preto e a preta, uma alusão aos pretos velhos da umbanda, os curandeiros e mandingueiros, a presença do padre representante do catolicismo.  O próprio nome Augusto pode ser uma referência à Santo Agostinho, que antes de se converter era um homem desregrado, mas que se converteu ao cristianismo e viveu resignadamente. E por fim, a referência a Cristo quando ele monta num burrinho para seguir o seu destino.
Continuando na linha do místico, o encerramento do conto não deixa nenhuma dúvida quanto aos elementos religiosos apresentados. O clímax é marcado por um momento de tensão, em que o bem luta contra o mal, algo presente na religiosidade do povo, a eterna luta bem versus mal. É a força do mal sendo enfrentada pela força do bem. A atitude de Augusto de se colocar na frente do jovem marcado para morrer e duelar contra o famoso chefe de jagunços Joaozinho Bem-Bem, é sem dúvida o marco decisivo para a sacramentação do místico na obra, é a referência maior sobre a obra redentora de Cristo, aquele que deu a sua vida pela humanidade. Sem esquecer que Cristo morreu numa sexta feira, como Augusto.
A leitura deste conto é uma aventura rumo ao desconhecido, com inúmeras surpresas pelo caminho, tanto linguístico, como estilístico. Mas não é só isso que esta obra oferece. Ela é recheada de reflexões sobre a vida, os homens, o mundo. O sagrado e o profano se misturam para nos fazer pensar sobre nossas atitudes. Augusto é a expressão máxima do humano. Suas idiossincrasias são semelhantes às nossas. Optar pelo certo ou errado é uma questão de ponto de vista. A procissão que acompanha todo o conto é a máxima da leitura do homem e seus conflitos.
Enfim, é um texto sublime. Poderia apresentar mais sobre esta leitura fascinante, mas daí viraria um artigo, deixo para vocês o desafio de realizar a leitura, para então termos um dedinho de proza, porque esta é uma história inventada e Matraga não é Matraga, não é nada.

                                                                                        José Geraldo da Silva

OS DESAFIOS QUE A VIDA CONTEMPORÂNEA COLOCA PARA AS PRÁTICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA

Educação no século XXI não pode ser vista com uma mentalidade retrógrada, com um pensamento que infelizmente ainda ecoa nos ambientes escolares de que a escola de antigamente era melhor. O processo educativo no Brasil passou por transformações profundas no final do século XX e continua evoluindo no presente século, principalmente no que se refere ao ensino de Língua Portuguesa. Porém são muitos os desafios. As discussões que foram realizadas no fórum de debates apresentaram um fato em comum: a escola está na contramão da história. Em pleno mundo globalizado ainda se vê praticas pedagógicas pautadas em modelos ultrapassados e visão celetista e excludente. Hoje se recebe alunos de todas as camadas sociais e com eles chegam à escola uma enorme variedade cultural.
Essa nova clientela é formada por jovens e adolescentes com um perfil bem diferente. A estrutura familiar é outra, na maioria são oriundos de famílias que são dirigidas pelas mães, ou seja, mulheres que cada vez mais estão inseridas no mercado de trabalho para sustentar suas famílias. São filhos de casais separados, ou até mesmo sem famílias. Percebe-se que a escola não está preparada para lidar com essa nova realidade. Isso acaba por gerar conflitos e conforme Fanfani os jovens e adolescentes ingressam em uma instituição que não foi feita para eles e, que, portanto, não cumpre nenhuma função em seus projetos de vida. A escola torna-se um ambiente de exclusão que acaba por não cumprir o seu papel mais importante que é o de formar um cidadão crítico e participativo.
Hoje com a globalização é impossível separar o mundo da vida do mundo da escola. (Fanfani 2000). Torna-se impossível fazer essa separação, visto que as informações chegam às pessoas em frações de segundo. O avanço tecnológico é cada vez maior e os jovens e adolescentes estão tendo contato direto com esses novos produtos. A internet conecta as pessoas ao mundo através das redes sociais. Os alunos trazem essas tecnologias para dentro da escola que os proíbe de utilizá-las. Não se concebe uma educação à margem destas transformações. Os professores precisam se apropriar de recursos para atender esse novo desafio. É claro o pensamento de Fanfani de que a família que a escola espera e quer não é a família das novas gerações, portanto não dá para ficar alheio a esse novo processo educacional.
A partir destas considerações iniciais, como fica o ensino de Língua Portuguesa. Se a escola não é mais a mesma do passado, que os jovens e adolescentes que ingressam também não são mais os mesmos e suas famílias têm um novo perfil? Como enfrentar essa nova realidade e criar um ambiente aprendente?  Realmente, são questões complexas. Crianças chegam à escola sabendo manusear equipamentos eletrônicos sem serem alfabetizadas, com no mínimo cinco mil horas de televisão na cabeça, e acabam por encontrar um ambiente antiquado que não atende às suas necessidades. A resposta mais sensata a estes questionamento é de que todos os atores envolvidos no processo de ensino da língua entendam que a mudança é inevitável, e que adequar a prática pedagógica utilizando as novas tecnologias é sem dúvida, criar na escola um espaço muito mais produtivo e sedutor, pois “os novos cidadãos que estamos formando necessitam saber ler e interpretar o que veem e, também, produzir e expressar-se em meio audiovisual” (Monteiro e Feldman, 2001.p.41).
Aliar as novas tecnologias a um projeto de ensino é propiciar ao aluno um universo de informações para a construção de seu conhecimento. A utilização de ferramentas, como a internet possibilitará melhores condições para a pesquisa e sociabilização. Utilizar o computador para a produção de textos é dar condições para que os jovens e adolescentes possam rever e corrigir o que eles escreveram se apropriando dos recursos oferecidos pelos programas utilizados, e assim oportunizar a apreensão da autonomia no uso efetivo da língua como meio de interação social. O professor nesse processo deve atuar como um mediador, pois o modelo do detentor de conhecimento não é compatível com a nova realidade da educação. Mas para isso ele deve estar bem capacitado e investir em sua formação para atender essa nova demanda.
Para Pierre Levy (1993, p.7) “escrita, leitura, visão, audição, criação, aprendizagem são capturadas por uma informática cada vez mais avançada”. Isso quer dizer que não há mais espaço para uma visão de ensino em que não se aproprie desses avanços da modernidade. O ensino de Língua Portuguesa deve estar atrelado a essa nova realidade.  A escola deve ser um espaço de respeito as diversidades que se criam num mundo globalizado. Esperar que os jovens e adolescentes de hoje pensem como os de trinta anos atrás é acreditar em uma educação que não atende as necessidades da sociedade moderna. Não dá mais para conceber uma escola excludente, celetista, mas sim uma em que o novo seja recebido sem nenhum preconceito. Que todas as tribos tenham espaço para aprender, que sejam respeitadas as diferenças. E por fim que o ensino de Língua Portuguesa deixe de ser preconceituoso se aproprie das diversidades culturais para a formação de um sujeito atuante e senhor de seu tempo.

                                                                                       José Geraldo da Silva

BIBLIOGRAFIA

FANFANI, Emilio Tenti. Escola jovem: um novo olhar sobre o ensino médio. Organizado pelo Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.Coordenação- Geral de Ensino Médio. Brasília. De 7 a 9 de junho de 2000.

LEVY, P. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Ed.34, 1995.

AS MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA




A educação no Brasil passou por várias fases durante o século vinte, principalmente, o ensino da Língua Portuguesa. Mas é a partir da década de sessenta que mudanças foram mais significativas. Com a inserção das camadas populares na escola o processo ensino/aprendizagem de português passou por transformações profundas. A escola recebeu alunos oriundos de diferentes setores da sociedade e com eles as diferentes formas de se falar o português. Isso fez com que os especialistas em educação repensassem a maneira de se trabalhar a língua. Mudanças significativas ocorreram na década de oitenta referentes ao trabalho com o texto e a leitura.
Antes da década de oitenta, o texto era visto como um modelo do bem falar. Era trabalhado na sala de aula apenas do ponto de vista da escrita normativa levando em conta os aspectos gramaticais e de ortografia. O mesmo acontecia com a leitura que era tratada nos moldes da retórica. Porém essa forma de trabalho beletrista passa a ser procedimental. O texto passa a ser então a unidade de ensino mais importante na sala de aula a oralidade não é mais vista de acordo com as tradições da retórica. A leitura deve ser trabalhada para que o aluno possa ler, interpretar e discutir.
Com essas mudanças significativas configura-se então um currículo procedimental, baseado na Psicologia cognitiva e na Linguística Textual, ao contrário de um currículo comunicativo ou pragmático, como era proposto na década de setenta. As contribuições da Linguística Aplicada e da Sociolinguística foram fundamentais para as mudanças em relação ao trabalho com o texto em sala de aula. Muitas foram as contribuições de especialistas neste campo de estudo, pode-se destacar o trabalho do professor João Wanderley Geraldi na organização do livro “O Texto na Sala de Aula” que continua muito atual e também dos estudos realizados sobre as teorias de Bakhtin, principalmente, no que se refere ao discurso.
É interessante  observar o que afirma a professora Irandé Antunes de que “a língua só se atualiza a serviço da comunicação intersubjetiva, em situações de atuação social e através de práticas discursivas, materializadas em textos orais e escritos.” (ANTUNES. 2003.P.42). Assim o texto passa a ser o elemento fundamental para o trabalho de Língua Portuguesa. Conforme o currículo de Língua Portuguesa, o ensino e língua materna centrado no texto requer que o professor desenvolva habilidades dos alunos que ultrapassem uma visão reducionista dos fenômenos linguísticos e literários. Como se vê o texto é fator importante no ensino de língua materna.
A visão de escrita trabalhada antes da década de oitenta que enfatizava a bela escrita fica então ultrapassada. O importante no trabalho com a escrita é evidenciar o seu fator social, segundo Antunes:
“A atividade da escrita é, então, uma atividade interativa de expressão, (ex- ‘para fora’), de manifestação verbal das ideias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos que queremos partilhar com alguém, para de algum modo, interagir com ele. Ter o que dizer é, portanto, uma condição prévia para o êxito da atividade de escrever. Não há conhecimento linguístico (lexical ou gramatical) que supra a deficiência do ‘não ter o que dizer’”
(ANTUNES.2003. P.45)
KOCK (2005, P.26) defende o ponto de vista de que, “a produção textual é uma atividade verbal, a serviço de fins sociais e, portanto, inserida em contextos mais complexos de atividades...” Como se vê o texto tem uma função relevante no processo de ensino de Língua Portuguesa.
Essas mudanças não se deram apenas em relação ao texto escrito, mas também no processo de ensino da leitura. Texto e leitura estão profundamente interligados. Não se concebe um trabalho de escrita sem antes um trabalho de leitura. Antes vista como um processo de decodificação e bem falar, hoje como elemento de compreensão de mundo. Ler não é só decorar, mas fazer inferências, formar conceitos, discussões e construir a cidadania. A frase de Ziraldo é pertinente para o momento “Ler é melhor que estudar” Pena que a escola não tem evidenciado esse aspecto.
As práticas de leitura na escola ainda estão semelhantes as da década de cinquenta, aliás pouco se lê. Outro aspecto a ser observado é de como ela é realizada no espaço escolar. É relegado ao professor de Português o compromisso com a leitura. As críticas são: o aluno não sabe interpretar porque não sabe ler, não vai bem nos exames porque não lê. Daí fica um questionamento, as outras áreas de conhecimento não trabalham com textos escritos? Por que só os professores de português tem o compromisso com a leitura?
Tem se observado que as práticas de leitura que são efetivadas continuam ainda num trabalho superficial, leituras de extração sem levar em conta as inferências, o intertexto e as várias possibilidades de um texto. A leitura prazerosa ainda não ganhou destaque no ambiente escolar, embora haja muitos projetos interessantes sendo aplicados e com resultados muito positivos. Ler antes de tudo deve ser um ato de prazer, não uma obrigação didática.
Como se viu, o trabalho com o texto e a leitura na escola passou por mudanças profundas, deixando o aspecto beletrista de ensino da língua para um trabalho procedimental. O texto é o elemento fundamental para o ensino da língua materna e a leitura não deve ser vista como um elemento isolado no processo de ensino/aprendizagem. Texto e leitura são elementos fundamentais no processo de comunicação social, que é o que se vê nas propostas curriculares para o ensino de Língua Portuguesa.
                                                                      
                                                                      José Geraldo da Silva


Bibliografia:


ANTUNES. I. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial,2003.

KOCK. I. G. V. O Texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto.2005.


           


Ensino de Português: origens das práticas e necessidades dos alunos hoje.

O ensino de Língua Portuguesa no país passou por várias fases até chegar ao que se observa hoje. Sabe-se que essa trajetória foi complexa, pois a história mostra que até o decreto do Marques de Pombal, se falava no Brasil a língua geral que era a mistura do português com as línguas indígenas. É a partir daí que se começa o ensino da Língua Portuguesa efetivamente.
Mas é no século dezenove com a vinda da família real que as coisas realmente começam a mudar. Com a criação de cursos superiores e a fundação de órgãos de imprensa, a língua portuguesa se firma no território brasileiro, porém o seu ensino ainda é relegado ao segundo plano porque se valoriza o ensino das chamadas línguas clássicas.
            Com a fundação do colégio Pedro II, que foi o padrão de ensino por aqui, que o ensino da língua materna passou a evoluir, porém ainda observada como caráter propedêutico, ou seja, a preparação para o ingresso nos cursos superiores. Até o século XX era assim que era encarado o ensino de português. É a partir da década de 40 que as coisas realmente se alicerçam, pois a literatura nacional passa a fazer parte da grade curricular.
O que é importante de se observar que mesmo sendo efetivado na grade curricular como disciplina obrigatória o ensino de português privilegia o estudo das antologias nacionais como base para o ensino da gramática, baseada nos clássicos da Literatura Portuguesa. No ensino da língua predominava o estudo da gramática e dos padrões normativos, não se trabalhava a produção de textos como produtos sociocomunicativos e sim, apenas como o texto bem escrito de acordo com a norma prescritiva padrão, esta ditada pelos clássicos.
Por muito tempo o ensino da língua esteve atrelado ao estudo da gramática, conhecê-la era fundamental par o ingresso nas universidades. Nas avaliações e exames eram cobrados os conhecimentos gramaticais. Os alunos a estudavam trabalhando com frases soltas e descontextualizadas. A produção de texto para ser considerada ideal, precisava estar bem estruturada sintaticamente e de acordo com as regras de ortografia. Foi assim por muito tempo o ensino de português.
A partir da década de oitenta com as contribuições da sociolinguística as coisas começaram a mudar, pois o texto como produto de comunicação passou a ser evidenciado nas praticas de ensino da língua. Já nos anos noventa, o trabalho com os gêneros do discurso começam a tomar consistência, e há uma significante mudança na forma de se trabalhar as aulas de português. Os PCNs de Língua Portuguesa priorizam o trabalho com textos em sala de aula, e com isso a necessidade de se trabalhar os gêneros discursivos e textuais.
Hoje de acordo com o currículo do Estado de São Paulo é necessário saber lidar com os textos nas diversas situações de interação social. Essa mesma proposta declara que o nível de letramento é determinado pela variedade de gêneros textuais que criança ou o adulto reconhecem. Então o texto passa a ser o foco de atenção no ensino de português. Neste novo conceito de se trabalhar a língua não se concebe trabalhar a literatura de maneira estanque, apenas do ponto de vista histórico e de autores consagrados, mas sim, língua e literatura integradas numa mesma prática, que valoriza o aspecto social e comunicativo do texto.
Portanto, as práticas de ensino do passado deram lugar a práticas que priorizam a comunicação e as relações sociointerativas, e para isso trabalhar o texto como fator sociocomunicativo, privilegiando a leitura e produção de textos nos mais diversos gêneros é fundamental para a construção do saber linguístico. A Gramática não pode ser mais ensinada como uma disciplina à parte da língua, e sim a partir da necessidade estrutural de cada gênero.
O aluno hoje precisa aprender usar de forma eficiente os mecanismos da língua para suas atividades sociais, ou seja, a língua deve servir como instrumento de inserção e não de exclusão social. O estudo da Língua Portuguesa não deve ser visto apenas como uma disciplina de caráter propedêutico, mas sim como instrumento de comunicação social, pois ela não é estática, é dinâmica e como tal acompanha as transformações sociais de seu tempo.
                                                                                    José Geraldo da Silva