Durante
quatro anos o que se mais ouviu no país foi: seremos a sede do mundial de
seleções. Foram dias interessantes, pois a mídia, seja ela escrita ou falada
sempre reservava um espaço para comentar o futuro evento. No início poucas
vozes se levantaram contrárias a isso. O que se dizia então, é que seriam
construídos estádios no padrão FIFA. Que os entornos dos estádios receberiam uma
boa infraestrutura. Mas o que se viu não foi bem isso. Esqueceram de montar uma
equipe competitiva, esqueceram do povo.
Os
famosos estádios demoraram a serem construídos ou serem reformados para o tal
padrão. O povo que antes era só alegria, nos dois últimos anos antes do evento,
começou a ficar inquieto, e então começaram os protestos. De início, em relação
à péssima qualidade do sistema de transporte, depois por melhores condições da
saúde e de moradia. É pena que por falta de boa educação, os protestos sempre
terminavam em badernas e atos de vandalismos. Os déficits das construções só
aumentavam, e por pouco o padrão tão esperado não teria ficado só no papel.
Conta essa que mais uma vez será paga pelos contribuintes.
O
momento político ficou conturbado, a oposição que antes era situação, resolveu
atuar para tirar proveito eleitoreiro. Apareceram então os culpados. Muitos
desses opositores ficaram eufóricos à época em que O Brasil foi escolhido para
ser a sede do mundial. Com certeza eles não imaginavam que seriam oposição
quando o evento ocorresse. O discurso de entusiasmo tomou um tom ácido. Resolveram
então falar de prioridade na saúde, na educação, nos transportes, enfim nos
assuntos que sempre aparecem nos discursos de palanque e que são esquecidos logo
após a tomada de posse para um novo mandato.
Por
fim, chegou a copa e como é de praxe, o jeitinho brasileiro funcionou, maquiaram
bem o país. O povo que antes estava nervoso se resumiu num pequeno grupo de
manifestantes que lembrava de longe os dias áureos das manifestações contra a
copa. Como sempre a nação ficou anestesiada. As empresas mudaram seus horários,
o comércio se adequou à situação. As escolas mudaram seus calendários. É claro,
o país é conhecido internacionalmente como a pátria das chuteiras. Um jogador
de futebol é mais conhecido do que autoridades, basta citar seu apelido e todos
ficam sabendo que se trata de brasileiros em férias por seus países. Porém se
esqueceram do time de futebol, aliás não tinha um time. Tinha apenas um grupo
de garotos vendendo suas imagens para produtos. Foi um bombardeio maciço nos
meios de comunicação. O povo suspeitou logo de início que a coisa não estava
tão boa como se imaginava.
O
país das chuteiras logo ficou descalço, pois sem um profundo planejamento, sem
estratégias e sem brio, os heróis vestidos com seus uniformes e suas
superchuteiras foram vítimas de sua própria arrogância e despreparo, foram
derrotados por um time de fato, que aprendeu com seus erros e investiu em
trabalho. A pergunta que fica é: Será que aprenderão a lição? Quem vai pagar
essa conta? O povo vai de fato entender que há coisas muito mais importantes
para se pensar e realizar pela nação? É hora de pendurar as chuteiras e pensar
nos rumos do Brasil, pois é ano de eleição.
José Geraldo da Silva
Parabéns! Amei seu texto.
ResponderExcluir- Gostei :)
ResponderExcluirQ lgl
ResponderExcluirestava sem fazer nada e lembrei do seu conselho que internet não e só redes sociais. entrei no seu blog e vi esse texto parabéns...
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