sábado, 29 de novembro de 2014

MEUS MOMENTOS

As fotografias servem para marcar nossos momentos, como também as músicas. Nesses seis anos que passei no Dalva Fogaça/Alayde, alguns momentos foram marcantes para mim. Pensei em uma música que pudesse retratar o que estou sentindo nesta jornada que se encerra. Que este vídeo possa transmitir todo esse sentimento. Abraços a todas as pessoas queridas que fizeram parte desta história.

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domingo, 23 de novembro de 2014

ESCREVI MAIS UM CAPÍTULO






A vida é feita de ciclos, assim como a natureza. Entretanto demoramos para entender isso. Acabamos sofrendo por isso, pois não gostamos de mudanças, e muitas vezes sair da zona de conforto para enfrentar novos desafios. Comigo não é muito diferente. Depois de alguns anos trabalhando em uma comunidade, convivendo sempre com as mesmas pessoas, chegou a hora de mudar, encerrar um ciclo.
Confesso que não foi uma decisão fácil. Sempre vem à mente os medos da mudança, as incertezas e as dúvidas. Será que é certo mudar? É a pergunta de sempre. A resposta somente o tempo é que dará. O medo nos impede de novas realizações. Os homens que fizeram a história venceram a barreira do medo e se aventuraram. Fecharam ciclos para começar os novos. É por isso que fazem parte da história,
A história que construí nesses anos ficará na memória de muitos. Haverá sempre alguém para lembrar dos momentos importantes que vivemos. Ficarão na saudade as conversas, os debates, os embates, mas acima de tudo, as lembranças das conquistas. Nada pode apagar os momentos felizes que vivemos juntos.
Chegou a hora de mudar, alçar novos voos. Conhecer novas terras, outras pessoas. Construir um novo capítulo no romance da minha vida. A todos vocês meus amigos e colegas, quero deixar claro que valeu a pena, como diz o poeta ¨tudo vale a pena se a alma não for pequena¨. Portanto, valeu a pena. Faria tudo de novo.
A vocês meus queridos alunos, os levarei para sempre na minha memória. Tudo o que vivemos juntos foi muito gratificante. Um dia alguém me perguntou: professor o senhor se arrependeu de ter trabalhado conosco? Eu respondi sem titubear; faria tudo de novo. A minha história não seria escrita sem a presença de vocês, faltaria um capítulo.
Encerro aqui este ciclo. Parafraseando o mestre João Guimarães Rosa que diz que viver é muito perigoso, eu digo que ser professor é muito perigoso, pois deixamos marcas e somos marcados. Vocês marcaram não só minha história, como minha vida. Até um dia. Beijos, eternos beijos.

Autor: José Geraldo da Silva

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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

PASSEIO FOTOGRÁFICO







Fotografando pelo bairro da Liberdade na cidade de São Paulo, me deparei com esse painel em um muro, não resisti e decidi fotografá-lo. Não imaginava que o resultado ficasse tão bacana. Por isso estou publicando para que os amantes da fotografia e do grafite possam copiar esta fotografia.


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Projeto "Um conto em cada canto"


As professoraras de Educação Fundamental 1 da EMEF. Profª Dalva Fogaça, não só demonstraram talento e competência ao organizar o projeto Um Conto em cada Canto, como mostraram que uma equipe unida é capaz de realizar coisas extraordinárias. Envolveram toda a comunidade escolar, bem como alunos do fundamental 2. Foi uma tarde inesquecível, daquelas que com certeza ficará na memória de todos aqueles que participaram e assistiram ao evento. Abaixo estão os vídeos das mini peças encenadas pelas professoras e alunos.

Clique aqui para ver as fotos!


Vídeo TEATRO DE SOMBRAS

Vídeo A FESTA DA BRUXA

Vídeo  A PRINCESA E O SAPO

Vídeo BRANCA DE NEVE

Vídeo ATÉ AS PRINCESAS SOLTAM PUM

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Projeto Cultural

O Projeto cultural desenvolvido pelos alunos da EMEF Profª Dalva Fogaça é a prova de que há um grande envolvimento por parte dos educandos . Eles demonstraram seus talentos, aprenderam a desenvolver atividades artísticas; desenvolveram o companheirismos nas situações adversas; realizaram atividades utilizando a criatividade e por fim, se tornaram protagonistas do momento e colocaram em prática os quatro pilares para a educação moderna: aprender a aprender, a conviver, a fazer e a ser. O vídeo abaixo resume tudo isso.



Clique aqui para assistir ao vídeo!!

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS NA SALA DE AULA



            É possível que, através da leitura de obras literárias brasileiras, criam-se as condições propícias para esboçar um estudo histórico da formação da sociedade, dos valores éticos e morais que abarcam a memória de um povo. É por meio da leitura da palavra que se pode conduzir a uma interpretação do mundo; e essa palavra está inscrita no discurso literário, com seu contexto histórico, e no uso da língua escrita, como registro da memória para a formação humanística do cidadão.
            Segundo Marisa Lajolo (1982) “ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido do texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista.”
            Numa perspectiva bakhtiniana, a figura do destinatário se instala com o próprio movimento de produção do texto, na medida em que o autor orienta sua fala tendo em vista o público alvo. O texto é assim, uma potencialidade significativa que se mantém em dia, levado a efeito por um leitor.
            “A leitura de um texto literário, com suas lacunas que permitem a participação do leitor, torna a literatura um discurso carregado de vivência íntima e profunda, suscita no leitor o desejo de prolongar ou renovar as experiências que veicula; constitui um elo privilegiado entre o homem e o mundo; supre suas fantasias; desencadeia suas emoções; ativa o intelecto, trazendo e produzindo conhecimento; é criação; é uma espécie de irrealidade que torna densa a realidade; torna o leitor observador de si mesmo.” (BRANDÃO e MICHELETTI, 1997)
            Assim, a obra literária é tanto mais rica, densa e duradoura quanto mais internamente o criador participar da dialética que está vivendo a sua própria cultura. Se os autores não tivessem atravessado longa e penosamente as barreiras ideológicas e psicológicas que os separavam do cotidiano ou do imaginário popular, as obras nunca poderiam ter sido produzidas.
            Enfocando, especificamente, a literatura, pode se afirmar que se formou da palavra littera, ou seja, letra ou caráter da escrita ou escritura. Passa-se a conceituar literatura como a arte que concerne às letras, a arte de ler e escrever. A princípio, na sua forma, designava tudo o que era escrito: obras de caráter científico, teológico, filosófico, literário. Após várias e seguidas transformações sociais e históricas, tomou os seguintes significados: primeiro, no sentido etimológico formal – a literatura é vista enquanto bibliografia (médica, econômica, maneirista) e segundo, no sentido etimológico conteudístico, como uma forma de conhecimento (estético ou artístico, por oposição ao racional e ao científico). A literatura, enquanto conjunto de obras escritas, confundia-se com a própria história da cultura. Contudo, não é possível desvincular o entendimento do fenômeno literário da dinâmica da história e das suas condições socioeconômicas.
            A sociedade (como um todo) é formada por homens que a constituem, têm ideias, que formam grupos sociais, cada qual defendendo seu ponto de vista em relação a essas ideias, que se somam ou divergem. Estabelece-se, dessa maneira, um sistema de atitudes que tem como objetivo a forma de relacionamentos; ou seja, o comportamento social entre os agentes sociais. A ideologia, assim, constitui-se como a combinação de dois sistemas: o de atitudes e o de ideias.
            Nas obras literárias, a ideologia apresenta um valor fundamental ao registrar os acontecimentos de uma época, de um determinado lugar (coisas que acontecem naquele momento, naquele determinado lugar). E a literatura, como produto cultural, é o meio de transmissão cultural e histórico, e o escritor, por sua vez, torna-se um filtro ideológico, um sujeito que não aparece no discurso, não obstante esteja presente nele.
            Enfim, a literatura é o produto do homem que faz a História e a transforma, está contida na história e a contém. O homem detém o poder sobre seu passado nos registros de suas memórias e os textos literários são a reconstrução transformada das ações do homem.
            Bakhtin (1919) definia a arte como um evento, como a execução de uma troca, o choque de valores entre uma obra e sua audiência. Se a literatura é arte, deve ser vista no seu todo, na sua integridade total, “e não se localiza no artefato e tampouco nas psiques do criador e do contemplador consideradas em separado: abarca todos esses fatores. É uma forma especial de arte. A arte participa do fluxo unitário da vida social, reflete a base econômica comum e entra em interação e troca com outras formas de comunicação.”
            A partir dessas concepções, busca-se, em alguns autores da literatura brasileira com suas respectivas obras, a figura do homem no seu aspecto social, já que pode ser um dos meios de que se vale para conhecer a realidade. Alguns temas, como a terra, os conflitos sociais, a busca de salvação através do processo migratório/imigratório, determinam, assim como no arcadismo (fugere urben), o homem que busca a interioridade da sua essência para melhor saber de si e situar-se.
            Diante dessas considerações, na obra Vidas secas, de Graciliano Ramos, configura-se o cotidiano nordestino em toda sua rudeza: o homem consumido pela terra que deveria lhe dar o sustento vital: a água, que se torna elemento de sua devassidão, é a mãe de sua angústia.
            O patriarca Fabiano, nordestino pobre, ignorante, busca a sobrevivência, uma perspectiva de vida que talvez possa ser encontrada na cidade: “(...) Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis   e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? (...) Chegaria a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela.”
            Instala-se, então, o conflito: o sonho ou a realidade? Fabiano é o homem que foge das injustiças sociais, da miséria, da fome, da desigualdade, da seca que o transforma num sub-humano perdido num labirinto de coisas e fatos; é a constatação de um sentimento de rejeição – a terra estéril torna-o um ser também estéril, improdutivo. O homem não pode mais olhar a terra, pois é sua própria projeção, revelando seu caráter fraco diante das incertezas da vida. Ali não consegue fazer nascer mais nada. Graciliano Ramos registra nessa obra o homem social, um protagonista-problema que não “aceita o mundo, nem os outros, nem a si mesmo.” (BOSI, 1994)
            Se em Vidas Secas observa-se o homem rejeitando a terra e, por conseguinte, rejeitando um poder que a terra lhe conferia e lhe tomara, na obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, o homem busca com a própria vida perpetuar esse poder pela propriedade da terra, pois esta lhe confere um conjunto de direitos e de reconhecimento – uma ideologia sócio-política num período de transição de poder (Monarquia e República). A literatura de Euclides quebra preconceitos que conferiam ao homem subdesenvolvido um caráter despido de vontade:
            “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, (...) revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável (...). É desgracioso, desengonçado, torto. (...), reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. (...) Basta o aparecimento de qualquer incidente (...) transfigura-se. (...) reponta(...) um titã acobreado e potente(...) de forças e agilidade extraordinárias.”
            Surge, então, Antônio Conselheiro, um líder religioso fanático, mas a imagem perfeita do Salvador que presenteia seus seguidores com a terra prometida – Canudos -; a propriedade da terra defendida até o último homem. A força da terra seca o homem; o sangue em pó mistura-se ao pó da terra, fecundando-a; e essa terra infértil sublima-se à força humana, sorvendo a vida e gerando homens ressecados e fortalecidos pelo poder que essa terra lhes dá: um sertão que oferece o direito de propriedade, concedendo-lhe uma identidade.
            Já Guimarães Rosa apresenta o homem em seu aspecto metafísico; o eu sertanejo como o resultado de uma soma de sociais produzida por uma interação social. Carlos Eduardo Pereira Theobaldo, em seu trabalho Pequeno Mosaico do Sertão em Guimarães Rosa, explica que “(...) em Riobaldo encontramos todas as paixões humanas, o mítico e o real, o sonho e a verdade, nessa busca incessante que é o homem.”
            O sertão de Guimarães Rosa transforma o homem que, por sua vez, se transforma para garantir o poder sobre a terra. O sol do sertão resseca a terra e o homem, porém é a luz que irriga o coração do sertanejo.
            Em síntese, Euclides apresenta o poder social; Graciliano, o homem mudando o sertão e Guimarães, o sertão que forma o homem. Todos esses homens se socializam usando o mesmo instrumento: a língua, viva e mutante em que seu usuário é identificado e estratificado socialmente.
            Em contrapartida, os romances urbanos, como os de Aluísio Azevedo (Cortiço), Machado de Assis (D. Casmurro) e Alcântara Machado (Brás, Bexiga e Barra Funda), apresentam o homem urbano que não é movido pela terra, mas pelas convenções sociais, moldado e impelido pela busca de uma ascensão para satisfazer o outro – uma satisfação própria pela satisfação do outro em si. A terra é o caminho para alcançar seu “status quo”.
            Machado de Assis apresenta o homem que sofre as pressões dos padrões convencionais da época. A terra, agora, é o espaço social. Em suas obras, a cidade de Petrópolis é retratada como a mais europeia do Império. “Diziam os cronistas que era muito, muito chique... ideal para escapar ao calor (e aos problemas de correntes de falta de higiene, água, esgotos... do Rio.” (Livro Vivo)
            Na obra de Aluízio de Azevedo, primordialmente em O Cortiço, observa-se a luta dos excluídos, luta essa demarcada pelo chão do cortiço, um sertão urbano. As pessoas aspiram a uma ascensão social, desprendendo-se do casulo colonial e borboleteando-se em uma nação independente.
            Alcântara Machado apresenta uma comunidade industrializada, com outro tipo de homem, formado pelo universo da máquina. Assim, surgem os guetos do Bexiga, do Brás e da Barra Funda. A sociedade dominante agora é a sociedade dominada (imigrantes), e como operário o homem busca a posse da terra, através da aquisição de casa e de carro próprios, enfim, a independência econômica, sempre um modelo de terra como ascensão social.
            Dentro desse processo literário instala-se a fusão entre sertão e metrópole: o migrante/imigrante, em busca de trabalho, torna-se o produto dos cortiços e dos guetos. E a língua como expressão individual, possibilita ao homem e ao seu ambiente social e nacional uma aceitação sincrônica e diacrônica: “existe o falar porque existem indivíduos que pensam e sentem, e existem línguas como entidades históricas e como sistemas e normas ideais, porque a linguagem não é só expressão, finalidade em si mesma, senão a comunicação, finalidade instrumental, expressão para o outro, cultura objetivada historicamente e que transcende ao indivíduo.” (CUNHA, 1972:74)
            Em suma, é a terra que forja o homem e sua identidade nacional. Numa finalização antropofágica, o homem come as virtudes para formar virtudes; a terra come o homem para formar um novo homem que é, antes de tudo, um forte.
            Língua, cultura e literatura formam um liame indissolúvel, dimensionando a tríade discursiva que processa e sedimenta a memória e a identidade de um povo.
            Portanto, a leitura é um instrumento valiosíssimo para resgatar essa tríade. Há um mito que necessita ser desmitificado: que o brasileiro não lê. Pode-se, aqui, parafrasear um texto do apóstolo Paulo, quando afirma: “Como crerão se não for anunciado o Evangelho”.  Basta trocar os verbos: “Como lerão se não houver quem os incentive.”
            Infelizmente, a escola tem perdido o seu papel de formadora de cidadão crítico e consciente. Professores que não leem não são exemplos para o incentivo da leitura. Criam-se demasiadas justificativas para a falta de leitura: falta de tempo devido às jornadas exaustivas enfrentadas pelos educadores, condições financeiras desfavoráveis pelo alto preço dos livros, poucas bibliotecas, enfim, várias desculpas. Entretanto, muitos não admitem que não gostam de ler, que não têm interesse. Hoje, o mundo está informatizado, é preciso apenas acessar a Internet para se obter resumos e obras literárias. Todavia, nada pode substituir o tato, o contato íntimo que o livro desperta enquanto papel.
            Diante desse pensamento, “a leitura de obras literárias institui o homem num processo de compreensão e intelecção do mundo e de si mesmo, pois diante do texto o homem não é passivo, ele ressuscita sua história num trabalho de desconstrução e reconstrução textuais. Essa interação leitor-texto se faz presente desde a origem do homem. A concretude do texto se estabelece no movimento da leitura, num trabalho de elaboração dos sentidos: se em sua superfície não se diz tudo, as suas lacunas (implícitos, pressupostos e subentendidos) deixam para o leitor o trabalho de preenchimento, num movimento de expansão e filtragem. A obra literária é um depositário da memória coletiva.” (BRANDÃO e MICHELETTI)
            Nessa perspectiva, é primordial atestar o papel da escola, pois é através do discurso do professor que se estabelecem as condições propícias para o desenvolvimento da cidadania, do sujeito que aprende a pensar e pensa para aprender, formando indivíduos para a necessária adaptação ao novo, com a real possibilidade democrática de universalização e acessibilidade ao conhecimento.
            É por meio da leitura da palavra que se pode conduzir a uma interpretação de mundo. E essa palavra está inscrita no discurso literário, com seu contexto histórico, e no uso da língua escrita, como registros da memória para a formação humanística do cidadão.

BIBLIOGRAFIA

ASSIS, Machado de. Dom casmurro. São Paulo: ática, 1999.
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática,1997.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1972.
BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
CLARK, Katerina e HOLQUIST, Michael. Mikhail Bakhtin. São Paulo: Editora Perspectiva,1998.
CUNHA, Celso. Língua portuguesa e realidade brasileira. São Paulo: Edusp, 1972.
CUNHA, Euclides da. Os Sertões, campanha de Canudos. Rio de Janeiro; editora Francisco Alves, Publifolha, 2000.
CARDOSO, Silvia Helena Barbi. Discurso e ENSINO. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
GERALDI, João Wanderley. (org) O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1998.
MACHADO, Antônio Alcântara. Brás, Bexiga e Barra Funda. Coleção Vestibular. Estadão. Klick Editora: São Paulo, s.d.
MICHELETTI, Guaraciaba e BRANDÃO, Helena N. “Teoria e Prática da Leitura”, in Aprender e Ensinar com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Record, 2001.
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1986.



AUTORIA
MIRANDA, Dhiancarlo de Oliveira; MOREIRA; Fatima Aparecida N.M.; SILVA José Geraldo da; RIGOLON Wilma. Extraído do Artigo: “Língua – Cultura – Literatura – Tríade discursiva que processa e sedimenta a memória e a identidade de um povo”. São Paulo: I Congresso de Humanas da UNICSUL.2004.
           


           
           







quarta-feira, 30 de julho de 2014

DEPOIS DE SESSENTA ANOS



O telefone toca e a passos lentos ele vai até a sala e atende a ligação. Ficou parado, apenas ouvia. Desligou sem proferir uma palavra sequer. Foi até o quarto e trocou de roupa. Sem dizer nada saiu pela rua caminhando como se não tivesse destino. Quem passava e o conhecia ficou sem entender, pois não havia o sorriso cotidiano e nem as paradas para os cumprimentos. Depois de um certo tempo de caminhada chegou na pracinha do bairro. Sentou-se no banco, tirou do bolso um retrato e sozinho chorou.
Sessenta anos atrás, naquela praça ele havia esperado por um encontro que nunca acontecera. Encontro esse que teria mudado toda a sua vida. Toda a sua história. Ali naquele lugar ele iria se encontrar com a mulher por quem seu coração se apaixonara, e por quem fizera planos. Eles fugiriam para viver uma linda história de amor. Pois só fugindo poderiam quebrar as barreiras do preconceito que afastavam suas famílias e vidas. A religião os separava. Porém o amor não tem religião, e por isso seus corações se encontraram.
Guardou a foto no bolso do paletó e tirou um envelope envelhecido pelo tempo e dele uma carta. Leu e releu, e a cada leitura uma pausa para enxugar as lágrimas. Ele estava ali, no lugar que há sessenta anos havia marcado para começar uma nova vida, para poder beijar a amada e com ela construir os sonhos sonhados pelos dois. Ali ele fechou os olhos para não mais abrir. Foi assim que encontrei meu avô, com uma carta na mão e um retrato amarelado de uma linda moça guardado no bolso.
Desesperado, gritei por ajuda, mas era tarde demais. Naquela manhã, o velho judeu Salomão, partia talvez, para o encontro tão esperado, pois na eternidade não há barreiras para o amor. Peguei a carta e a fotografia e guardei comigo. Depois do funeral e dos dias que a religião guarda seus mortos, tomei coragem e li a carta:

Querido Salomão

Sei que você está me esperando e que as passagens já estão compradas. Meu coração está destroçado. Não poderei ir. No momento que você estiver lendo esta carta eu já estarei muito longe. Lugar que nem mesmo eu sei onde fica. Meus pais descobriram tudo. E enfurecidos, pois não aceitam a nossa união, por eu ser cristã e você ser um judeu, estão me mandando para um convento. Não terei mais contato com o mundo exterior. Hoje uma parte de mim está morrendo. Porém manterei vivo o meu amor, e por causa dele suportarei o meu calvário, ele será o alento para as horas de aflição. Seja feliz meu amor. Não tente me encontrar, não será possível a nossa união. Estamos sendo separados pela hipocrisia e pelo preconceito.
Mais uma vez, seja feliz. Apenas te peço, não esqueça de mim. Te encontrarei um dia aonde não haverá barreiras para o amor.
               De sua e sempre, Stella

Uma comoção tomou conta de mim. Fiquei estático, não contive as lágrimas. Minha esposa me encontrou chorando e logo quis saber a razão. Dei-lhe a carta, e ela também se emocionou. Nós dois tivemos um dia que fazer a nossa escolha, ou viver o nosso amor, ou viver na tradição. Escolhemos o amor. Hoje as coisas já mudaram bastante. Somos de religiões diferentes, mas podemos viver em harmonia.
Procurei saber quem teria sido essa tal Stella. Não demorou muito e fiquei sabendo da sua história. Fora mandada para um convento e nunca mais saiu. Passou sessenta anos de sua vida enclausurada. Também fiquei sabendo que na manhã em que meu avô havia falecido ela também falecera. Quem então teria ligado para ele? Isso nunca ficamos sabendo. Uma coisa ficou certa, depois de sessenta anos os dois se encontraram, num lugar sem preconceitos. Penso todos os dias como teria sido para eles a vida se o preconceito não os tivesse separado. Talvez eu não estivesse aqui contando essa história.


                        José Geraldo da Silva

domingo, 27 de julho de 2014

LEVARAM NOSSAS CHUTEIRAS



Durante quatro anos o que se mais ouviu no país foi: seremos a sede do mundial de seleções. Foram dias interessantes, pois a mídia, seja ela escrita ou falada sempre reservava um espaço para comentar o futuro evento. No início poucas vozes se levantaram contrárias a isso. O que se dizia então, é que seriam construídos estádios no padrão FIFA. Que os entornos dos estádios receberiam uma boa infraestrutura. Mas o que se viu não foi bem isso. Esqueceram de montar uma equipe competitiva, esqueceram do povo.
Os famosos estádios demoraram a serem construídos ou serem reformados para o tal padrão. O povo que antes era só alegria, nos dois últimos anos antes do evento, começou a ficar inquieto, e então começaram os protestos. De início, em relação à péssima qualidade do sistema de transporte, depois por melhores condições da saúde e de moradia. É pena que por falta de boa educação, os protestos sempre terminavam em badernas e atos de vandalismos. Os déficits das construções só aumentavam, e por pouco o padrão tão esperado não teria ficado só no papel. Conta essa que mais uma vez será paga pelos contribuintes.
O momento político ficou conturbado, a oposição que antes era situação, resolveu atuar para tirar proveito eleitoreiro. Apareceram então os culpados. Muitos desses opositores ficaram eufóricos à época em que O Brasil foi escolhido para ser a sede do mundial. Com certeza eles não imaginavam que seriam oposição quando o evento ocorresse. O discurso de entusiasmo tomou um tom ácido. Resolveram então falar de prioridade na saúde, na educação, nos transportes, enfim nos assuntos que sempre aparecem nos discursos de palanque e que são esquecidos logo após a tomada de posse para um novo mandato.
Por fim, chegou a copa e como é de praxe, o jeitinho brasileiro funcionou, maquiaram bem o país. O povo que antes estava nervoso se resumiu num pequeno grupo de manifestantes que lembrava de longe os dias áureos das manifestações contra a copa. Como sempre a nação ficou anestesiada. As empresas mudaram seus horários, o comércio se adequou à situação. As escolas mudaram seus calendários. É claro, o país é conhecido internacionalmente como a pátria das chuteiras. Um jogador de futebol é mais conhecido do que autoridades, basta citar seu apelido e todos ficam sabendo que se trata de brasileiros em férias por seus países. Porém se esqueceram do time de futebol, aliás não tinha um time. Tinha apenas um grupo de garotos vendendo suas imagens para produtos. Foi um bombardeio maciço nos meios de comunicação. O povo suspeitou logo de início que a coisa não estava tão boa como se imaginava.
            O país das chuteiras logo ficou descalço, pois sem um profundo planejamento, sem estratégias e sem brio, os heróis vestidos com seus uniformes e suas superchuteiras foram vítimas de sua própria arrogância e despreparo, foram derrotados por um time de fato, que aprendeu com seus erros e investiu em trabalho. A pergunta que fica é: Será que aprenderão a lição? Quem vai pagar essa conta? O povo vai de fato entender que há coisas muito mais importantes para se pensar e realizar pela nação? É hora de pendurar as chuteiras e pensar nos rumos do Brasil, pois é ano de eleição.
                                                      José Geraldo da Silva


quarta-feira, 11 de junho de 2014

ENCERRAMENTO DO PROJETO "A COPA COMEÇA NO WILMAR"


O projeto A Copa Começa no Wilmar teve como objetivo despertar talentos e motivar os alunos a desenvolverem projetos, e acima de tudo inserir o espírito de solidariedade, pois também houve gincanas solidárias. E por fim, apresentações artísticas criadas por eles, que são as estrelas maiores do projeto. O vídeo abaixo é uma simples homenagem àqueles que ousaram e acreditaram que seria possível realizar. Somos desde sempre vencedores e brasileiros convictos de que a Educação é o instrumento de fortalecimento de uma nação.




Clique aqui  para assistir ao vídeo

quinta-feira, 22 de maio de 2014

PROJETO: A COPA COMEÇA NO WILMAR

O projeto A COPA COMEÇA NO WILMAR, objetiva desenvolver os talentos dos alunos. Na primeira fase do projeto eles criaram o mascote do país representado por eles. Abaixo apresento um vídeo para mostrar o resultado desta tarefa.

Clique aqui para assistir ao vídeo "A copa começa no Wilmar"

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

MÚSICAS EM VÍDEOS 2

Ler é algo fascinante, pois não há limites para a imaginação. Foi pensando nisso que desenvolvi com meus alunos o trabalho que junta musica e imagens. Uma forma interessante de se interpretar as letras das canções com a exploração de imagens. Nesta etapa foram os alunos da E.E Wilmar Soares da Silva que desenvolveram as atividades, que abaixo apresento.

Assistam ao vídeo produzido pelos alunos


Detonautas

Tempos Modernos

Vídeo Capital

João de Barro

Primeiros Erros

Sozinho

Lanterna dos afogados

Tocando em frente

Alegria Alegria

Minha Juventude

Epílogos

De Janeiro a Janeiro

Tempo Perdido  2

Sina

Até Quando

Alan, Alex e Leandro