As fotografias servem para marcar nossos momentos, como também as músicas. Nesses seis anos que passei no Dalva Fogaça/Alayde, alguns momentos foram marcantes para mim. Pensei em uma música que pudesse retratar o que estou sentindo nesta jornada que se encerra. Que este vídeo possa transmitir todo esse sentimento. Abraços a todas as pessoas queridas que fizeram parte desta história.
Clique aqui para ver o vídeo.
sábado, 29 de novembro de 2014
domingo, 23 de novembro de 2014
ESCREVI MAIS UM CAPÍTULO
A
vida é feita de ciclos, assim como a natureza. Entretanto demoramos para
entender isso. Acabamos sofrendo por isso, pois não gostamos de mudanças, e
muitas vezes sair da zona de conforto para enfrentar novos desafios. Comigo não
é muito diferente. Depois de alguns anos trabalhando em uma comunidade,
convivendo sempre com as mesmas pessoas, chegou a hora de mudar, encerrar um
ciclo.
Confesso
que não foi uma decisão fácil. Sempre vem à mente os medos da mudança, as
incertezas e as dúvidas. Será que é certo mudar? É a pergunta de sempre. A
resposta somente o tempo é que dará. O medo nos impede de novas realizações. Os
homens que fizeram a história venceram a barreira do medo e se aventuraram.
Fecharam ciclos para começar os novos. É por isso que fazem parte da história,
A
história que construí nesses anos ficará na memória de muitos. Haverá sempre alguém para
lembrar dos momentos importantes que vivemos. Ficarão na saudade as conversas,
os debates, os embates, mas acima de tudo, as lembranças das conquistas. Nada
pode apagar os momentos felizes que vivemos juntos.
Chegou
a hora de mudar, alçar novos voos. Conhecer novas terras, outras pessoas.
Construir um novo capítulo no romance da minha vida. A todos vocês meus amigos
e colegas, quero deixar claro que valeu a pena, como diz o poeta ¨tudo vale a
pena se a alma não for pequena¨. Portanto, valeu a pena. Faria tudo de novo.
A
vocês meus queridos alunos, os levarei para sempre na minha memória. Tudo o que
vivemos juntos foi muito gratificante. Um dia alguém me perguntou: professor o
senhor se arrependeu de ter trabalhado conosco? Eu respondi sem titubear; faria
tudo de novo. A minha história não seria escrita sem a presença de vocês,
faltaria um capítulo.
Encerro
aqui este ciclo. Parafraseando o mestre João Guimarães Rosa que diz que viver é
muito perigoso, eu digo que ser professor é muito perigoso, pois deixamos
marcas e somos marcados. Vocês marcaram não só minha história, como minha vida.
Até um dia. Beijos, eternos beijos.
Autor:
José Geraldo da Silva
.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
PASSEIO FOTOGRÁFICO
Fotografando pelo bairro da Liberdade na cidade de São Paulo, me deparei com esse painel em um muro, não resisti e decidi fotografá-lo. Não imaginava que o resultado ficasse tão bacana. Por isso estou publicando para que os amantes da fotografia e do grafite possam copiar esta fotografia.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Projeto "Um conto em cada canto"
As professoraras de Educação Fundamental 1 da EMEF. Profª Dalva Fogaça, não só demonstraram talento e competência ao organizar o projeto Um Conto em cada Canto, como mostraram que uma equipe unida é capaz de realizar coisas extraordinárias. Envolveram toda a comunidade escolar, bem como alunos do fundamental 2. Foi uma tarde inesquecível, daquelas que com certeza ficará na memória de todos aqueles que participaram e assistiram ao evento. Abaixo estão os vídeos das mini peças encenadas pelas professoras e alunos.
Clique aqui para ver as fotos!
Vídeo TEATRO DE SOMBRAS
Vídeo A FESTA DA BRUXA
Vídeo A PRINCESA E O SAPO
Vídeo BRANCA DE NEVE
Vídeo ATÉ AS PRINCESAS SOLTAM PUM
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Projeto Cultural
O Projeto cultural desenvolvido pelos alunos da EMEF Profª Dalva Fogaça é a prova de que há um grande envolvimento por parte dos educandos . Eles demonstraram seus talentos, aprenderam a desenvolver atividades artísticas; desenvolveram o companheirismos nas situações adversas; realizaram atividades utilizando a criatividade e por fim, se tornaram protagonistas do momento e colocaram em prática os quatro pilares para a educação moderna: aprender a aprender, a conviver, a fazer e a ser. O vídeo abaixo resume tudo isso.
Clique aqui para assistir ao vídeo!!
Clique aqui para assistir ao vídeo!!
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS NA SALA DE AULA
É possível que, através da leitura
de obras literárias brasileiras, criam-se as condições propícias para esboçar
um estudo histórico da formação da sociedade, dos valores éticos e morais que abarcam
a memória de um povo. É por meio da leitura da palavra que se pode conduzir a
uma interpretação do mundo; e essa palavra está inscrita no discurso literário,
com seu contexto histórico, e no uso da língua escrita, como registro da
memória para a formação humanística do cidadão.
Segundo Marisa Lajolo (1982) “ler
não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido do texto. É, a partir
do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos
os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura
que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura,
ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista.”
Numa perspectiva bakhtiniana, a
figura do destinatário se instala com o próprio movimento de produção do texto,
na medida em que o autor orienta sua fala tendo em vista o público alvo. O
texto é assim, uma potencialidade significativa que se mantém em dia, levado a
efeito por um leitor.
“A leitura de um texto literário,
com suas lacunas que permitem a participação do leitor, torna a literatura um
discurso carregado de vivência íntima e profunda, suscita no leitor o desejo de
prolongar ou renovar as experiências que veicula; constitui um elo privilegiado
entre o homem e o mundo; supre suas fantasias; desencadeia suas emoções; ativa
o intelecto, trazendo e produzindo conhecimento; é criação; é uma espécie de
irrealidade que torna densa a realidade; torna o leitor observador de si
mesmo.” (BRANDÃO e MICHELETTI, 1997)
Assim, a obra literária é tanto mais
rica, densa e duradoura quanto mais internamente o criador participar da
dialética que está vivendo a sua própria cultura. Se os autores não tivessem
atravessado longa e penosamente as barreiras ideológicas e psicológicas que os
separavam do cotidiano ou do imaginário popular, as obras nunca poderiam ter
sido produzidas.
Enfocando, especificamente, a
literatura, pode se afirmar que se formou da palavra littera, ou seja, letra
ou caráter da escrita ou escritura. Passa-se a conceituar literatura como a
arte que concerne às letras, a arte de ler e escrever. A princípio, na sua
forma, designava tudo o que era escrito: obras de caráter científico,
teológico, filosófico, literário. Após várias e seguidas transformações sociais
e históricas, tomou os seguintes significados: primeiro, no sentido etimológico
formal – a literatura é vista enquanto bibliografia (médica, econômica,
maneirista) e segundo, no sentido etimológico conteudístico, como uma forma de
conhecimento (estético ou artístico, por oposição ao racional e ao científico).
A literatura, enquanto conjunto de obras escritas, confundia-se com a própria
história da cultura. Contudo, não é possível desvincular o entendimento do
fenômeno literário da dinâmica da história e das suas condições
socioeconômicas.
A sociedade (como um todo) é formada
por homens que a constituem, têm ideias, que formam grupos sociais, cada qual
defendendo seu ponto de vista em relação a essas ideias, que se somam ou
divergem. Estabelece-se, dessa maneira, um sistema de atitudes que tem como
objetivo a forma de relacionamentos; ou seja, o comportamento social entre os
agentes sociais. A ideologia, assim, constitui-se como a combinação de dois
sistemas: o de atitudes e o de ideias.
Nas obras literárias, a ideologia
apresenta um valor fundamental ao registrar os acontecimentos de uma época, de
um determinado lugar (coisas que acontecem naquele momento, naquele determinado
lugar). E a literatura, como produto cultural, é o meio de transmissão cultural
e histórico, e o escritor, por sua vez, torna-se um filtro ideológico, um
sujeito que não aparece no discurso, não obstante esteja presente nele.
Enfim, a literatura é o produto do
homem que faz a História e a transforma, está contida na história e a contém. O
homem detém o poder sobre seu passado nos registros de suas memórias e os
textos literários são a reconstrução transformada das ações do homem.
Bakhtin (1919) definia a arte como
um evento, como a execução de uma troca, o choque de valores entre uma obra e
sua audiência. Se a literatura é arte, deve ser vista no seu todo, na sua
integridade total, “e não se localiza no artefato e tampouco nas psiques do criador e do
contemplador consideradas em separado: abarca todos esses fatores. É uma forma
especial de arte. A arte participa do fluxo unitário da vida social, reflete a
base econômica comum e entra em interação e troca com outras formas de
comunicação.”
A partir dessas concepções,
busca-se, em alguns autores da literatura brasileira com suas respectivas obras,
a figura do homem no seu aspecto social, já que pode ser um dos meios de que se
vale para conhecer a realidade. Alguns temas, como a terra, os conflitos
sociais, a busca de salvação através do processo migratório/imigratório,
determinam, assim como no arcadismo (fugere urben), o homem que busca a
interioridade da sua essência para melhor saber de si e situar-se.
Diante dessas considerações, na obra
Vidas
secas, de Graciliano Ramos, configura-se o cotidiano nordestino em toda
sua rudeza: o homem consumido pela terra que deveria lhe dar o sustento vital:
a água, que se torna elemento de sua devassidão, é a mãe de sua angústia.
O patriarca Fabiano, nordestino
pobre, ignorante, busca a sobrevivência, uma perspectiva de vida que talvez
possa ser encontrada na cidade: “(...) Uma cidade grande, cheia de pessoas
fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos,
acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer?
(...) Chegaria a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela.”
Instala-se, então, o conflito: o
sonho ou a realidade? Fabiano é o homem que foge das injustiças sociais, da
miséria, da fome, da desigualdade, da seca que o transforma num sub-humano
perdido num labirinto de coisas e fatos; é a constatação de um sentimento de
rejeição – a terra estéril torna-o um ser também estéril, improdutivo. O homem
não pode mais olhar a terra, pois é sua própria projeção, revelando seu caráter
fraco diante das incertezas da vida. Ali não consegue fazer nascer mais nada.
Graciliano Ramos registra nessa obra o homem social, um protagonista-problema
que não “aceita o mundo, nem os outros, nem a si mesmo.” (BOSI, 1994)
Se em Vidas Secas observa-se o
homem rejeitando a terra e, por conseguinte, rejeitando um poder que a terra
lhe conferia e lhe tomara, na obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, o
homem busca com a própria vida perpetuar esse poder pela propriedade da terra,
pois esta lhe confere um conjunto de direitos e de reconhecimento – uma
ideologia sócio-política num período de transição de poder (Monarquia e
República). A literatura de Euclides quebra preconceitos que conferiam ao homem
subdesenvolvido um caráter despido de vontade:
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não
tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua
aparência, entretanto, (...) revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável
(...). É desgracioso, desengonçado, torto. (...), reflete no aspecto a fealdade
típica dos fracos. (...) Basta o aparecimento de qualquer incidente (...)
transfigura-se. (...) reponta(...) um titã acobreado e potente(...) de forças e
agilidade extraordinárias.”
Surge, então, Antônio Conselheiro,
um líder religioso fanático, mas a imagem perfeita do Salvador que presenteia
seus seguidores com a terra prometida – Canudos -; a propriedade da terra
defendida até o último homem. A força da terra seca o homem; o sangue em pó
mistura-se ao pó da terra, fecundando-a; e essa terra infértil sublima-se à
força humana, sorvendo a vida e gerando homens ressecados e fortalecidos pelo
poder que essa terra lhes dá: um sertão que oferece o direito de propriedade,
concedendo-lhe uma identidade.
Já Guimarães Rosa apresenta o homem
em seu aspecto metafísico; o eu sertanejo como o resultado de uma soma de
sociais produzida por uma interação social. Carlos Eduardo Pereira Theobaldo,
em seu trabalho Pequeno Mosaico do Sertão em Guimarães Rosa, explica que “(...)
em Riobaldo encontramos todas as paixões humanas, o mítico e o real, o sonho e
a verdade, nessa busca incessante que é o homem.”
O sertão de Guimarães Rosa
transforma o homem que, por sua vez, se transforma para garantir o poder sobre
a terra. O sol do sertão resseca a terra e o homem, porém é a luz que irriga o
coração do sertanejo.
Em síntese, Euclides apresenta o
poder social; Graciliano, o homem mudando o sertão e Guimarães, o sertão que
forma o homem. Todos esses homens se socializam usando o mesmo instrumento: a
língua, viva e mutante em que seu usuário é identificado e estratificado
socialmente.
Em contrapartida, os romances
urbanos, como os de Aluísio Azevedo (Cortiço), Machado de Assis (D. Casmurro) e
Alcântara Machado (Brás, Bexiga e Barra Funda), apresentam o homem urbano que
não é movido pela terra, mas pelas convenções sociais, moldado e impelido pela
busca de uma ascensão para satisfazer o outro – uma satisfação própria pela
satisfação do outro em si. A terra é o caminho para alcançar seu “status quo”.
Machado de Assis apresenta o homem
que sofre as pressões dos padrões convencionais da época. A terra, agora, é o
espaço social. Em suas obras, a cidade de Petrópolis é retratada como a mais
europeia do Império. “Diziam os cronistas que era muito, muito
chique... ideal para escapar ao calor (e aos problemas de correntes de falta de
higiene, água, esgotos... do Rio.” (Livro Vivo)
Na obra de Aluízio de Azevedo,
primordialmente em O Cortiço, observa-se a luta dos excluídos, luta essa demarcada
pelo chão do cortiço, um sertão urbano. As pessoas aspiram a uma ascensão
social, desprendendo-se do casulo colonial e borboleteando-se em uma nação
independente.
Alcântara Machado apresenta uma
comunidade industrializada, com outro tipo de homem, formado pelo universo da
máquina. Assim, surgem os guetos do Bexiga, do Brás e da Barra Funda. A
sociedade dominante agora é a sociedade dominada (imigrantes), e como operário
o homem busca a posse da terra, através da aquisição de casa e de carro
próprios, enfim, a independência econômica, sempre um modelo de terra como
ascensão social.
Dentro desse processo literário
instala-se a fusão entre sertão e metrópole: o migrante/imigrante, em busca de
trabalho, torna-se o produto dos cortiços e dos guetos. E a língua como
expressão individual, possibilita ao homem e ao seu ambiente social e nacional
uma aceitação sincrônica e diacrônica: “existe o falar porque existem indivíduos
que pensam e sentem, e existem línguas como entidades históricas e como
sistemas e normas ideais, porque a linguagem não é só expressão, finalidade em
si mesma, senão a comunicação, finalidade instrumental, expressão para o outro,
cultura objetivada historicamente e que transcende ao indivíduo.”
(CUNHA, 1972:74)
Em suma, é a terra que forja o homem
e sua identidade nacional. Numa finalização antropofágica, o homem come as
virtudes para formar virtudes; a terra come o homem para formar um novo homem
que é, antes de tudo, um forte.
Língua, cultura e literatura formam
um liame indissolúvel, dimensionando a tríade discursiva que processa e
sedimenta a memória e a identidade de um povo.
Portanto, a leitura é um instrumento
valiosíssimo para resgatar essa tríade. Há um mito que necessita ser
desmitificado: que o brasileiro não lê. Pode-se, aqui, parafrasear um texto do
apóstolo Paulo, quando afirma: “Como crerão se não for anunciado o
Evangelho”. Basta trocar os
verbos: “Como lerão se não houver quem os incentive.”
Infelizmente, a escola tem perdido o
seu papel de formadora de cidadão crítico e consciente. Professores que não
leem não são exemplos para o incentivo da leitura. Criam-se demasiadas justificativas
para a falta de leitura: falta de tempo devido às jornadas exaustivas
enfrentadas pelos educadores, condições financeiras desfavoráveis pelo alto
preço dos livros, poucas bibliotecas, enfim, várias desculpas. Entretanto,
muitos não admitem que não gostam de ler, que não têm interesse. Hoje, o mundo
está informatizado, é preciso apenas acessar a Internet para se obter resumos e
obras literárias. Todavia, nada pode substituir o tato, o contato íntimo que o
livro desperta enquanto papel.
Diante desse pensamento, “a
leitura de obras literárias institui o homem num processo de compreensão e
intelecção do mundo e de si mesmo, pois diante do texto o homem não é passivo,
ele ressuscita sua história num trabalho de desconstrução e reconstrução
textuais. Essa interação leitor-texto se faz presente desde a origem do homem.
A concretude do texto se estabelece no movimento da leitura, num trabalho de elaboração
dos sentidos: se em sua superfície não se diz tudo, as suas lacunas
(implícitos, pressupostos e subentendidos) deixam para o leitor o trabalho de
preenchimento, num movimento de expansão e filtragem. A obra literária é um
depositário da memória coletiva.” (BRANDÃO e MICHELETTI)
Nessa perspectiva, é primordial
atestar o papel da escola, pois é através do discurso do professor que se
estabelecem as condições propícias para o desenvolvimento da cidadania, do
sujeito que aprende a pensar e pensa para aprender, formando indivíduos para a
necessária adaptação ao novo, com a real possibilidade democrática de
universalização e acessibilidade ao conhecimento.
É por meio da leitura da palavra que
se pode conduzir a uma interpretação de mundo. E essa palavra está inscrita no
discurso literário, com seu contexto histórico, e no uso da língua escrita,
como registros da memória para a formação humanística do cidadão.
BIBLIOGRAFIA
ASSIS, Machado de. Dom
casmurro. São Paulo: ática, 1999.
AZEVEDO,
Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática,1997.
BAKHTIN,
Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BOSI, Alfredo. História
Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1972.
BOSI, Alfredo. Dialética
da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
CLARK, Katerina e HOLQUIST, Michael. Mikhail Bakhtin. São
Paulo: Editora Perspectiva,1998.
CUNHA, Celso. Língua
portuguesa e realidade brasileira. São Paulo: Edusp, 1972.
CUNHA, Euclides da. Os
Sertões, campanha de Canudos. Rio de Janeiro; editora Francisco Alves,
Publifolha, 2000.
CARDOSO,
Silvia Helena Barbi. Discurso e ENSINO. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
GERALDI,
João Wanderley. (org) O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1998.
MACHADO,
Antônio Alcântara. Brás, Bexiga e Barra Funda. Coleção Vestibular. Estadão.
Klick Editora: São Paulo, s.d.
MICHELETTI,
Guaraciaba e BRANDÃO, Helena N.
“Teoria e Prática da Leitura”, in Aprender e Ensinar com textos didáticos e paradidáticos.
São Paulo: Cortez, 1997.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas.
Rio de Janeiro: Record, 2001.
ROSA, João Guimarães. Grande
Sertão: Veredas. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1986.
AUTORIA
MIRANDA,
Dhiancarlo de Oliveira; MOREIRA;
Fatima Aparecida N.M.; SILVA José
Geraldo da; RIGOLON Wilma. Extraído
do Artigo: “Língua – Cultura – Literatura – Tríade discursiva que processa e
sedimenta a memória e a identidade de um povo”. São Paulo: I Congresso de
Humanas da UNICSUL.2004.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
DEPOIS DE SESSENTA ANOS
O
telefone toca e a passos lentos ele vai até a sala e atende a ligação. Ficou
parado, apenas ouvia. Desligou sem proferir uma palavra sequer. Foi até o
quarto e trocou de roupa. Sem dizer nada saiu pela rua caminhando como se não
tivesse destino. Quem passava e o conhecia ficou sem entender, pois não havia o
sorriso cotidiano e nem as paradas para os cumprimentos. Depois de um certo
tempo de caminhada chegou na pracinha do bairro. Sentou-se no banco, tirou do
bolso um retrato e sozinho chorou.
Sessenta anos atrás, naquela praça ele havia esperado por um encontro que nunca
acontecera. Encontro esse que teria mudado toda a sua vida. Toda a sua
história. Ali naquele lugar ele iria se encontrar com a mulher por quem seu
coração se apaixonara, e por quem fizera planos. Eles fugiriam para viver uma
linda história de amor. Pois só fugindo poderiam quebrar as barreiras do
preconceito que afastavam suas famílias e vidas. A religião os separava. Porém
o amor não tem religião, e por isso seus corações se encontraram.
Guardou
a foto no bolso do paletó e tirou um envelope envelhecido pelo tempo e dele uma
carta. Leu e releu, e a cada leitura uma pausa para enxugar as lágrimas. Ele
estava ali, no lugar que há sessenta anos havia marcado para começar uma nova
vida, para poder beijar a amada e com ela construir os sonhos sonhados pelos
dois. Ali ele fechou os olhos para não mais abrir. Foi assim que encontrei meu
avô, com uma carta na mão e um retrato amarelado de uma linda moça guardado no
bolso.
Desesperado,
gritei por ajuda, mas era tarde demais. Naquela manhã, o velho judeu Salomão,
partia talvez, para o encontro tão esperado, pois na eternidade não há
barreiras para o amor. Peguei a carta e a fotografia e guardei comigo. Depois
do funeral e dos dias que a religião guarda seus mortos, tomei coragem e li a
carta:
Querido
Salomão
Sei
que você está me esperando e que as passagens já estão compradas. Meu coração
está destroçado. Não poderei ir. No momento que você estiver lendo esta carta
eu já estarei muito longe. Lugar que nem mesmo eu sei onde fica. Meus pais
descobriram tudo. E enfurecidos, pois não aceitam a nossa união, por eu ser
cristã e você ser um judeu, estão me mandando para um convento. Não terei mais
contato com o mundo exterior. Hoje uma parte de mim está morrendo. Porém
manterei vivo o meu amor, e por causa dele suportarei o meu calvário, ele será
o alento para as horas de aflição. Seja feliz meu amor. Não tente me encontrar,
não será possível a nossa união. Estamos sendo separados pela hipocrisia e pelo
preconceito.
Mais
uma vez, seja feliz. Apenas te peço, não esqueça de mim. Te encontrarei um dia
aonde não haverá barreiras para o amor.
De sua e sempre, Stella
Uma
comoção tomou conta de mim. Fiquei estático, não contive as lágrimas. Minha
esposa me encontrou chorando e logo quis saber a razão. Dei-lhe a carta, e ela
também se emocionou. Nós dois tivemos um dia que fazer a nossa escolha, ou
viver o nosso amor, ou viver na tradição. Escolhemos o amor. Hoje as coisas já
mudaram bastante. Somos de religiões diferentes, mas podemos viver em harmonia.
Procurei
saber quem teria sido essa tal Stella. Não demorou muito e fiquei sabendo da
sua história. Fora mandada para um convento e nunca mais saiu. Passou sessenta anos de sua vida enclausurada. Também fiquei sabendo que na manhã em que meu
avô havia falecido ela também falecera. Quem então teria ligado para ele? Isso
nunca ficamos sabendo. Uma coisa ficou certa, depois de sessenta anos os dois
se encontraram, num lugar sem preconceitos. Penso todos os dias como teria sido
para eles a vida se o preconceito não os tivesse separado. Talvez eu não
estivesse aqui contando essa história.
José Geraldo da Silva
domingo, 27 de julho de 2014
LEVARAM NOSSAS CHUTEIRAS
Durante
quatro anos o que se mais ouviu no país foi: seremos a sede do mundial de
seleções. Foram dias interessantes, pois a mídia, seja ela escrita ou falada
sempre reservava um espaço para comentar o futuro evento. No início poucas
vozes se levantaram contrárias a isso. O que se dizia então, é que seriam
construídos estádios no padrão FIFA. Que os entornos dos estádios receberiam uma
boa infraestrutura. Mas o que se viu não foi bem isso. Esqueceram de montar uma
equipe competitiva, esqueceram do povo.
Os
famosos estádios demoraram a serem construídos ou serem reformados para o tal
padrão. O povo que antes era só alegria, nos dois últimos anos antes do evento,
começou a ficar inquieto, e então começaram os protestos. De início, em relação
à péssima qualidade do sistema de transporte, depois por melhores condições da
saúde e de moradia. É pena que por falta de boa educação, os protestos sempre
terminavam em badernas e atos de vandalismos. Os déficits das construções só
aumentavam, e por pouco o padrão tão esperado não teria ficado só no papel.
Conta essa que mais uma vez será paga pelos contribuintes.
O
momento político ficou conturbado, a oposição que antes era situação, resolveu
atuar para tirar proveito eleitoreiro. Apareceram então os culpados. Muitos
desses opositores ficaram eufóricos à época em que O Brasil foi escolhido para
ser a sede do mundial. Com certeza eles não imaginavam que seriam oposição
quando o evento ocorresse. O discurso de entusiasmo tomou um tom ácido. Resolveram
então falar de prioridade na saúde, na educação, nos transportes, enfim nos
assuntos que sempre aparecem nos discursos de palanque e que são esquecidos logo
após a tomada de posse para um novo mandato.
Por
fim, chegou a copa e como é de praxe, o jeitinho brasileiro funcionou, maquiaram
bem o país. O povo que antes estava nervoso se resumiu num pequeno grupo de
manifestantes que lembrava de longe os dias áureos das manifestações contra a
copa. Como sempre a nação ficou anestesiada. As empresas mudaram seus horários,
o comércio se adequou à situação. As escolas mudaram seus calendários. É claro,
o país é conhecido internacionalmente como a pátria das chuteiras. Um jogador
de futebol é mais conhecido do que autoridades, basta citar seu apelido e todos
ficam sabendo que se trata de brasileiros em férias por seus países. Porém se
esqueceram do time de futebol, aliás não tinha um time. Tinha apenas um grupo
de garotos vendendo suas imagens para produtos. Foi um bombardeio maciço nos
meios de comunicação. O povo suspeitou logo de início que a coisa não estava
tão boa como se imaginava.
O
país das chuteiras logo ficou descalço, pois sem um profundo planejamento, sem
estratégias e sem brio, os heróis vestidos com seus uniformes e suas
superchuteiras foram vítimas de sua própria arrogância e despreparo, foram
derrotados por um time de fato, que aprendeu com seus erros e investiu em
trabalho. A pergunta que fica é: Será que aprenderão a lição? Quem vai pagar
essa conta? O povo vai de fato entender que há coisas muito mais importantes
para se pensar e realizar pela nação? É hora de pendurar as chuteiras e pensar
nos rumos do Brasil, pois é ano de eleição.
José Geraldo da Silva
quarta-feira, 11 de junho de 2014
ENCERRAMENTO DO PROJETO "A COPA COMEÇA NO WILMAR"
O projeto A Copa Começa no Wilmar teve como objetivo despertar talentos e motivar os alunos a desenvolverem projetos, e acima de tudo inserir o espírito de solidariedade, pois também houve gincanas solidárias. E por fim, apresentações artísticas criadas por eles, que são as estrelas maiores do projeto. O vídeo abaixo é uma simples homenagem àqueles que ousaram e acreditaram que seria possível realizar. Somos desde sempre vencedores e brasileiros convictos de que a Educação é o instrumento de fortalecimento de uma nação.
Clique aqui para assistir ao vídeo
quinta-feira, 22 de maio de 2014
PROJETO: A COPA COMEÇA NO WILMAR
O projeto A COPA COMEÇA NO WILMAR, objetiva desenvolver os talentos dos alunos. Na primeira fase do projeto eles criaram o mascote do país representado por eles. Abaixo apresento um vídeo para mostrar o resultado desta tarefa.
Clique aqui para assistir ao vídeo "A copa começa no Wilmar"
Clique aqui para assistir ao vídeo "A copa começa no Wilmar"
quinta-feira, 6 de março de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
MÚSICAS EM VÍDEOS 2
Ler é algo fascinante, pois não há limites para a imaginação. Foi pensando nisso que desenvolvi com meus alunos o trabalho que junta musica e imagens. Uma forma interessante de se interpretar as letras das canções com a exploração de imagens. Nesta etapa foram os alunos da E.E Wilmar Soares da Silva que desenvolveram as atividades, que abaixo apresento.
Assistam ao vídeo produzido pelos alunos
Detonautas
Tempos Modernos
Vídeo Capital
João de Barro
Primeiros Erros
Sozinho
Lanterna dos afogados
Tocando em frente
Alegria Alegria
Minha Juventude
Epílogos
De Janeiro a Janeiro
Tempo Perdido 2
Sina
Até Quando
Alan, Alex e Leandro
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