Um dia destes estava
fazendo uma reflexão com meus alunos sobre pessoas vencedoras e pessoas que se
perdem pelo caminho. Ilustrei para eles a história da lebre e a tartaruga. Foi
então que nasceu a vontade de recontar a fábula, que ficou assim.
Era uma vez em uma
floresta habitada por vários seres, cada um com sua diferença, que resolveram
fazer um debate sobre quem seria o ser mais veloz do lugar. Conversa vai,
conversa vem, e nenhum parecer foi estabelecido. Então o mestre coruja propôs
uma corrida para estabelecer o veredicto. Muitos seres se propuseram a
participar, foi quando a lebre chegou com sua arrogância costumeira, pois não
havia participado do debate, dizendo:
- Essa vai ser mamão – com
- açúcar, sou e sempre serei o ser mais veloz deste lugar.
Houve muito barulho e
espanto, pois todos sabiam que aquele ser era realmente veloz, e não foi citado
na discussão por não estar presente, coisa que, aliás, era normal, sempre
faltava às reuniões. Praticamente todos desistiram, a não ser, vejam, só, a
tartaruga. A bicharada pôs-se a rir e a zombar da pobre coitada.
- Você não se enxerga, não
vê o papel ridículo que está fazendo.
Outro bicho mais ousado, com muita
ironia disse:
- Ô cascuda, nem Santo
Expedito pode resolver esta causa.
Foi muita zombaria. A
lebre como já disse, na mais alta arrogância se fingia de morta, e ainda para
humilhar a pobre cascuda, propôs:
- Vou esperar uma hora para
começar a correr. Essa tá ganha!
A pobre coitada da
tartaruga não recebeu apoio de ninguém, a não ser do mestre coruja, que lhe
disse:
- Não se preocupe você vai
chegar até o fim. Acredito na sua perseverança e determinação. Você não se
acovardou diante deste desafio.
Essas palavras tocaram
fundo o coração do pequeno quelônio. Apesar de suas limitações, não desistiu do
seu objetivo. Pensou nas noites de estudo, das horas que observou os outros
animais, pensou nas estratégias e nas palavras do mestre coruja.
Aquele dia nunca mais foi
esquecido e até hoje é comentado pelas gerações de animais que habitam aquela
floresta. Havia muito barulho no ar, muita expectativa e um sentimento de “já
ganhou” pelos amigos da lebre. Do lado da tartaruga, somente os bichos
desprezados que a acompanhavam, pois ela representava naquele momento o seu
espírito de derrota. Quanta humilhação. Muitos gritavam:
- Você não precisa disto,
já é diferente por natureza. Aonde pensa que vai chegar?
A pobre coitada segurou o
choro e a emoção e se posicionou na linha de partida. A lebre como sempre não
apareceu. Tinha passado a noite na balada. Estava curando o porre. Pois como
havia dito que daria uma hora de vantagem não apareceu para a largada. A
tartaruga a passos curtos e pesados pôs-se a caminhar. Obstinada só olhava para
frente. Esqueceu-se das humilhações, das zombarias, das ironias e avançava a
passos firmes para alcançar o alvo.
A lebre apareceu duas horas depois com
sua turminha falando alto e zombando:
- E não é que a coitada
veio mesmo! Disse com ar de superioridade.
Falou para todos que não
tinha pressa, pois quando quisesse dispararia a correr e chegaria com folga à
frente da adversária. Com isso, ficou conversando com a sua turminha, contando
piadas e tirando um sarro dos outros bichos.
- Querem dobrar a aposta,
ainda dá tempo.
Correu um pouquinho e
parou para trocar ideias com os manos do morro ao lado da floresta para saber
qual a parada. E a tartaruga estava lá sempre olhando para frente. A lebre
parou mais uma vez, outra vez até que se esqueceu da corrida, pois o barato era
muito louco, não dava para perder. Ficou chapada e bodeou, ou seja, apagou.
Enquanto isso a destemida
cascuda continuava a sua trajetória até que por impossível que pareça, cruzou a
linha de chegada. A bicharada ficou boquiaberta sem saber onde estava a lebre,
aquela que sempre vencia as corridas. A resposta foi: ficou pelo caminho.
Uma lição toda a bicharada
tirou deste evento que serviu de estímulo para os mais fracos, discriminados e
desprezados pela sociedade. O que adianta talento, esperteza e inteligência se
não tivermos traçado os objetivos para nossas vidas. O que adianta tudo isso se
nos perdermos pelo caminho. A tartaruga é o exemplo daqueles que não desanimam
e lutam, apesar de suas limitações, para alcançar o sucesso. A lebre representa
todos aqueles que se perdem na vida, embora sejam talentosos.
Ah! Já ia me esquecendo do
mestre coruja. Nem precisa dizer da sua felicidade, pois acreditou no potencial
de sua pupila tartaruga. Ele representa aqueles que não olham para as
diferenças como obstáculos, e sim, que essas diferenças é que constroem o saber
e a vitória.
Foi assim que pensei esta
história.
Autor: José Geraldo da Silva
Oi professor é o Jorge Marcos legal a história eu acabei de copiar a história tudo
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