terça-feira, 12 de novembro de 2013

O GRITO - VÍDEO

Por que dia da Consciência Negra? É a pergunta que se faz, principalmente por aqueles que não têm consciência e parece que desconhecem a história do Brasil. Foram quase quatro séculos de escravidão negra, uma mancha vergonhosa na nossa história. O 20 de novembro é para não esquecer o símbolo de liberdade de um povo que se fortaleceu no quilombo dos Palmares. Para não esquecermos que ter consciência é não aceitar nenhuma forma de preconceito e discriminação. O vídeo abaixo foi elaborado para que ao assistirmos possamos refletir sobre nossas atitudes e rever nossos conceitos, e assim entendermos essa data tão significante.


Assistam o vídeo "o Grito" clicando aqui:

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O AMOR NÃO É CONSOLO - É LUZ



Eis os segredos de um sábio desconhecido para que os sonhos se realizem:

- Evite todas as fontes de energia negativa, sejam elas pessoas, lugares ou hábitos.
- Analise tudo de todos os ângulos possíveis.
- Desfrute a vida hoje: o ontem já se foi e o amanhã talvez nunca chegue.
- A família e os amigos são tesouros ocultos – usufrua essas riquezas.
- Persiga seus sonhos.
- Ignore aqueles que tentarem desanimá-lo.
- Simplesmente faça.
- Continue tentando, por mais difícil que pareça, porque logo ficará mais fácil.
- A prática leva ao aperfeiçoamento.
- Quem desiste nunca ganha; quem ganha nunca desiste.
- Leia, estude e aprenda tudo o que for importante na vida.
- Deseje, mais que tudo no mundo, o que você quer que aconteça.
- Busque a excelência em tudo o que faz.
- Corra atrás de seus objetivos – lute por eles!

 [PERCY, Allan. Nietzsche para estressados. [Tradução de Rodrigo Peixoto] Rio de Janeiro: Sextante, 2011]





                                                                                                                      



A DIFERENÇA ENTRE O CÉU E O INFERNO



“Não se pode odiar enquanto se menospreza. Não se pode odiar mais intensamente um indivíduo desprezado do que um igual ou superior”

Diz uma antiga lenda chinesa que um discípulo perguntou ao mestre:
- Qual é a diferença entre o céu e o inferno?
E o mestre respondeu:
- É muito pequena e, no entanto, tem grandes consequências. Venha, vou lhe mostrar o inferno.
Entraram em uma casa onde havia algumas pessoas sentadas ao redor de uma grande panela de arroz. Todas estavam famintas e desesperadas. Cada uma delas tinha uma colher presa pela ponta do cabo à mão, que chegava até a panela. Mas os cabos eram tão compridos que elas não podiam levar as colheres à boca. O desespero e o sofrimento eram terríveis.
- Venha – disse o mestre, passado um instante. – Agora vou lhe mostrar o céu.
Entraram em outra casa, idêntica à primeira.  Ali também havia uma panela de arroz, algumas pessoas e as mesmas colheres compridas, mas todos estavam felizes e alimentados.
- Não entendo – disse o discípulo. – Por que estão muito mais felizes que as pessoas da outra casa, se têm exatamente o mesmo?

- Não percebeu? – sorriu o mestre. – Como o cabo da colher é muito comprido, é impossível levar a comida à própria boca com ela. Mas aqui eles aprenderam a alimentar uns aos outros.
                    [ PERCY, Allan. Nietzche para estressados.[ tradução de Rodrigo Peixoto] Rio de Janeiro: Sextante,2011] 

AS PEQUENAS COISAS


“Não é raro encontrar cópias de grandes homens. E, como acontece com os quadros, a maior parte das pessoas parece mais interessada nas cópias do que nos originais”

Ser autêntico na vida às vezes envolve dizer o que ninguém espera escutar.
Existe uma história que ilustra bem esta questão. Pediu-se a alguns estudantes que elegessem as Sete Maravilhas do mundo atual. Enquanto os votos eram apurados, a professora percebeu que uma jovem calada ainda não havia mostrado o que escrevera e por isso perguntou se ela estava com problemas para completar a lista.
- Estou – respondeu. – Não consigo me decidir. São tantas!
- Bem, então leia o que já escreveu e talvez possamos ajudá-la  - disse a professora.
A menina hesitou antes de responder:
- Acho que as Sete Maravilhas do mundo são: ver, ouvir, tocar, provar, sentir, rir e amar.
A sala de aula ficou em silêncio. A verdade é que nunca pensamos nessas coisas tão simples e corriqueiras como as maravilhas que verdadeiramente são.

                                  [PERCY, Allan. Nietzche para estressados [tradução de Rodrigo Peixoto]. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.]



terça-feira, 5 de novembro de 2013

EIS A TAREFA MAIS DIFÍCIL: FECHAR A MÃO ABERTA DO AMOR E SER MODESTO COMO DOADOR



O filósofo Jiddu Krishnamurt discorre da seguinte maneira sobre o que significa amar:

Liberdade e amor andam juntos. Amor não é reação. Se eu o amo porque você me ama, trata-se de mero comércio, algo que pode ser comprado no mercado. Amar é não pedir nada em troca, é nem mesmo sentir que se está se oferecendo algo. Somente um amor assim pode conhecer a liberdade. (...) Quando vemos uma pedra pontiaguda em um caminho frequentado por pessoas descalças, nós a retiramos não porque nos pedem, mas porque nos preocupamos com os outros, não importa quem sejam. Plantar uma árvore e cuidar dela, olhar o rio e desfrutar a plenitude da terra... para tudo isso é preciso liberdade – e, para ser livre, é preciso amar.

Essa liberdade é o que permite  duas pessoas amarem-se sem imposição. Também está por trás do amor universal: uma atitude generosa do indivíduo com o mundo; dar pelo simples prazer de fazê-lo, sem esperar nada em troca, nem sequer reconhecimento.


(PERCY, Allan. Nietzche para estressados. [tradução de Rodrigo Peixoto], Rio de Janeiro: Sextante, 2001.)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

SONHEI QUE ERA DIA DAS CRIANÇAS



Acordei, tomei meu café habitual e abri o jornal como costumo fazer todas as manhãs. A manchete trazia a seguinte notícia: “Foi reduzida a 0% a mortalidade infantil no país”. Confesso, me emocionei. Outra notícia também dizia que nenhuma criança com idade escolar estava fora das escolas. A cada notícia ou reportagem uma nova surpresa. Não há mais crianças pedindo esmolas nos sinais de trânsito; meninos e meninas não sofrem mais abusos sexuais; não são mais vítimas de violência doméstica. Foi erradicada de uma vez por todas a prostituição infantil, varrida para sempre do nosso solo. O número de gravidez na adolescência diminuiu abruptamente. Enfim, o Estatuto da Criança e do Adolescente está sendo cumprido e respeitado em todo o território nacional. Ao ler essas notícias comecei a chorar de felicidade. Porém, infelizmente, acordei de um sonho.
Esse sonho mágico me levou às lágrimas e a uma reflexão sobre o famoso dia das crianças, uma jogada comercial bem sacada. Comemorar o quê? Se as nossas crianças sofrem maus tratos, são vítimas de violências, ainda estão nas ruas, nos lixões da vida. São vítimas de abandono, haja vista o número de casas abrigos. São Tragadas vorazmente pelo monstro das drogas. Há ainda um grande número fora das escolas. Muitas têm a sua inocência roubada opor causa de uma violência sexual. Seus direitos são desrespeitados todos os dias. Responda-me; comemorar o quê?
O dia das crianças só será de fato uma verdade, quando todo esse mal for erradicado. Quando de fato as autoridades constituídas levarem a sério a educação e fizerem cumprir o que a lei determina, pois um país que não cuida e respeita suas crianças não pode esperar um bom futuro. Aliás, desrespeito é uma palavra comum nesta nação. Nossas crianças não precisam de atenção, apenas por um dia para agradar o comércio, mas sim, que todos os dias sejam de verdade, dias das crianças. Assim o meu sonho se tornará realidade.


       Autor: José Geraldo da Silva

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

PROJETO: FOLCLORE BRASILEIRO

O folclore brasileiro é muito rico e não pode ser deixado de lado nas escolas, por isso elaboramos todos os anos um projeto para que a tradição não morra. Este ano os alunos dos sétimos anos e oitavas séries da E.M.E.F. Profª Dalva Fogaça mostraram os seus talentos apresentando danças típicas das regiões do Brasil. Para acessar o vídeo é só clicar ni link


Vejam o vídeo clicando aqui

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

MONÓLOGO: O MENINO PASSARINHO

 Apresentação do monólogo "O  menino passarinho", interprertado pelo professor José Geraldo, uma adaptação do conto que leva o mesmo nome. Esta apresentação foi feita para que se discuta a inclusão de crianças especiais nas escolas regulares. Aconteceu na semana da inclusão projeto das escolas da rede municipal de Barueri. Para assistir é só clicar no link abaixo.

Clique neste link: 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

CORDEL - O ALUNO QUE QUERIA SER MESTRE



Todos os dias Arlindo levantava cedo
Tomava seu café apressado
Começava assim o seu enredo
Guardava dentro do peito um segredo
Igual ao mestre Antônio queria ser
Mas a ninguém revelava, pois tinha medo

A escola era simples e distante
Com os amigos pelo caminho ia a prosear
Dizia o quanto era diletante
Aprender coisas do mundo antigo
Que o velho mestre vinha ensinar
Em suas aulas sentia-se como um viajante

O velho mestre estava diferente
Sua voz alegre e possante
Naquela manhã parecia que iria falhar
Interrompia o raciocínio a todo instante
Dava i impressão que iria chorar
Foi então que se pôs a desabafar

Arlindo sentiu uma dor no peito
Quando o mestre começou a contar
Que aquela seria a última aula a dar
Que era irremediável, não tinha jeito
A aposentadoria acabara de sair
E outro ocuparia o seu lugar

Uma tristeza invadiu o lugar
A última aula iriam assistir
Mariazinha e as outras começaram a chorar
Os rapazes não sabiam o que dizer
Um último discurso iriam ouvir
Mestre Antônio com voz solene começou a falar
Por que um dia professor quis ser

Disse pra todo mundo saber
Que sua inspiração veio de seu mestre
Que como ele um dia aposentou
E no coração dos alunos uma paixão plantou
Ele então mestre também quis ser
E esperava que agora outro pudesse se entusiasmar

Arlindo sentiu seu coração queimar
Seu sonho secreto agora ganhou alimento
Quem sabe um dia o lugar do mestre ocupar
Nisso colocou grande investimento
E com afinco começou a estudar
Para estar pronto quando chegasse o momento

Assim mestre ele se tornou
O exemplo do velho mestre nunca esqueceu
As desventuras da profissão nunca o desanimaram
A chama do saber nunca se apagou
E outros corações também aqueceu
E agora ele também vai se aposentar

Sua última aula vai dar
Será que alguém vai entender
Que no mundo, professor não pode faltar
Será que em alguém, vocação vai despertar
Mestre Arlindo já não tem tanta certeza
Pois desde menino, mestre queria ser

Esta é a história de tantos mestres
Que pelas nossas vidas estão a passar
Os Antônios, Marias, Fátimas e Arlindos
Todos lutando para que a chama não deixe de aquecer
Pois no mundo mestres não podem faltar
A vocação de ensinar não pode jamais morrer


Autor; José Geraldo da Silva

terça-feira, 30 de julho de 2013

POETAS E POESIAS DO ROMANTISMO BRASILEIRO


Para facilitar o trabalho de pesquisa dos alunos selecionei as melhores poesias dos autores do romantismo brasileiro. São apresentadas as três gerações da poesia romântica no Brasil, bem como um resumo da biografia de cada poeta. Para acessar o conteúdo é só clicar ni link abaixo:


Poetas e Poesias do Romantismo Brasileiro

FOLCLORE BRASILEIRO


O folclore brasileiro é riquissímo e muito interessante, por isso selecionei um artigo completo sobre o assunto para facilitar a leitura dos alunos. Para acessar o material é só clicar abaixo:


Folclore Brasileiro

AULAS DE GRAMÁTICA


Organizei várias aulas de gramática para facilitar o estudo do tema pelos alunos. São os principais assuntos que o estudante precisa conhecer, principalmente para realizar concursos e vestibulares. Para consultar é só clicar nos links abaixo:


Colocação Pronominal

Crase

Preposições

Pronomes Relativos

Regência Nominal

Regência Verbal

Uso das conjunções

quarta-feira, 12 de junho de 2013

QUADRILHA MALUCA

Os alunos da E.M.E.F. Profª Dalva Fogaça apresentaram na festa junina do último dia 08 de junho uma quadrilha maluca, foi uma apresentação de gala, que gostaria de compartilhar. Para acessar o vídeo é só clicar no link abaixo:

Vídeo


terça-feira, 28 de maio de 2013

CHAPADINHO VERMELHO



Era uma vez, era uma vez mesmo, numa comunidade da periferia onde aconteceu mais uma história que entrou para as páginas policiais. A história de Chapadinho Vermelho, que agora vou contar. Qualquer semelhança com o original de Charles Perraut é mera coincidência.
Chapadinho era uma criança feliz, tinha até nome. Brincava com os coleguinhas no campinho de terra da comunidade, jogava bolinha de gude e fazia todo tipo de travessuras, como qualquer criança faz. Assim cresceu. Quando chegou à adolescência as coisas mudaram. Já não ia ao campinho para brincar, e sim para participar das rodinhas dos manos, trocou de brinquedos e de costumes. Foi aí que perdeu o nome e ganhou o apelido que iria marcar sua vida.
Passava horas brisando. Parou de estudar e não queria trabalhar. Conheceu o lado obscuro das drogas. Como não tinha dinheiro para satisfazer o vício, entrou para o tráfico. Afastou-se dos amigos, da família e do mundo. Ficou conhecido, agora era o famoso Chapadinho Vermelho. Era responsável pela entrega das encomendas. Entretanto, numa tarde fatídica ele entrou para as estatísticas policiais.
- Filho, por que você não para com isso? Disse sua mãe.
- Por que não arruma um emprego e volta a estudar? Esta vida não vai te levar a nada.
Ela falava com tom de desespero, pois sabia que seu filho estava na mira das facções rivais e da polícia. E ele resignado responde:
- Não dá mãe! Não posso.
- Mas meu filho, sempre há um jeito. Você pode ir para o interior, para a casa de seus avós.
- Não, não! Preciso levantar grana para poder curtir meu barato. Esquece! Hoje vai ser a lança da minha vida.
- Filho é muito arriscado, você pode ser preso ou até morrer. Por favor, esqueça isso! Ouça o meu conselho.
- É tarde! Não dá mais para arregar.
Sua mãe em tom de súplica implora e desabafa:
- Meu filho, sonhei para você um futuro brilhante, que se tornasse um doutor. Não que se tornasse nisso. Nunca imaginei para você essa vida. Sempre disse para se afastar das más companhias e nunca experimentar drogas. Olha à tua volta e vê, seus amigos, a maioria já morreu ou estão presos. Por favor! Me ouça.
- É minha sina! Não quero mais conversar. Depois de hoje vou me tornar gerente.
Um silêncio tomou conta do ambiente. Mãe e filho se olharam, sem nada dizer um ao outro, como se aquele olhar profundo estivesse dizendo tudo. Antes que saísse ela lhe disse aquilo que todas as mães dizem quando os filhos saem:
- Se cuida meu filho, tome cuidado, a comunidade está sendo monitorada e você pode se dar mal. Vá, vá com Deus.
- Fique tranquila, eu volto logo.
Um olhar, um adeus...
Quando ele chegou ao local da entrega, estranhou que havia muito silêncio. Aquilo não era normal. O galpão abandonado estava abandonado mesmo. Mesmo assim ele entrou, sentiu um calafrio, e de repente ouviu alguém:
- E aí! Trouxe a mercadoria.
E ele respondeu:
- Quem é você, por que não mostra o seu rosto. Como vou saber se é a pessoa certa?
- Fique parado aí, preciso me certificar se veio sozinho.
- Claro que sim, não foi o combinado?
- É que tem muito lobo por aí, preciso ter certeza.
Chapadinho ficou gelado, a respiração acelerou. Uma sensação de pânico tomou conta de sua mente, e desesperado gritou:
- Apareça logo, e assim eu vou embora. A mercadoria está aqui. Entregue a sua parte do negócio.
De repente, um barulho rompe o silêncio do ar. Ficou apenas um corpo estendido no chão. Depois de algum tempo, fotógrafos e policiais enchem o lugar. Morre Chapadinho, sem nunca ficar conhecido o seu algoz.
Essa era para ser uma história alegre, com final feliz, mas infelizmente é mais uma daquelas que têm acontecido todos os dias. Histórias de meninos e meninas que deixam seus sonhos, seduzidos pelo lobo devorador das drogas. Que devora a infância, a adolescência, a juventude e a vida. Seduz meninos que abandonam a escola e a família pelo simples prazer momentâneo das substâncias alucinógenas.
O lobo aparece nos campinhos, na porta da escola, nas baladas, onde você menos espera; e quando menos se espera devora para sempre personagens, que viram estatística policial. A história do Chapadinho é parecida com milhares de histórias. Bom seria se o caçador das fábulas aparecesse e a tempo os livrasse das garras do devorador. Bom seria se as histórias dos nossos meninos sempre tivesse final feliz, e que a vida triunfasse no final.

Autor: José Geraldo da Silva



quarta-feira, 1 de maio de 2013

ENCANTO




Faróis que iluminam o caminho
Dos náufragos perdidos
Depois de tempestades avassaladoras
Que deixam marcas nos feridos
Que apagam o brilho das estrelas
As joias que decoram o mapa dos navegantes
Brisa suave que faz o cansado repousar
Depois de batalhas delirantes
Que matam os sonhos juvenis
Que esfria o calor do meio dia
A força que revigora os amantes
Essência que purifica o ar
Depois de torturosas explosões
Que tiram a pureza infantil
Que barram as lágrimas do céu
Aquelas que alimentam terras desejantes
Solo firme que sustenta as construções
Depois de terremotos assustadores
Que deixam corações aflitos
Que causam rupturas impedindo passagens
Aquelas que nos mostram o caminho
Para alcançar a tão sonhada felicidade
Assim são teus olhos,
Faróis cheios de encantos
Teu hálito, brisa que sopra
Carícias por todos os cantos
Do corpo todo ferido
Teu cheiro, a essência que traz
À vida o desejo
Que através do teu corpo,
Solo firme para receber carinho
E fazer da vida o meu encanto.

Autor: José Geraldo da Silva

sexta-feira, 5 de abril de 2013

MINHAS VIAGENS


Nas minhas viagens pelo Brasil selecionei algumas fotos para compartilhar com meus amigos e alunos para que possam utilizá-las em seus trabalhos de produção de textos.


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sábado, 30 de março de 2013

O SEGREDO DA ROSA

Um velho ancião no alto de uma pedra conta aos seus discípulos uma triste história:
Tudo começou com a nefasta sentença do mago Festos, que encarcerou em uma redoma a joia mais rara do rei Petros. Rei este que ostentava riqueza e luxo. Sua arrogância foi a causa de seu drama. Por ser poderoso achou que podia desafiar o poder do soberano da floresta. Sua ousadia custou caro. Por isso o mago o sentenciou:
- Porque ousaste a me desafiar Petros, transformarei o seu reino em ruínas e junto com ele toda a sua corte se tornará amaldiçoada, e todos os seus membros se transformarão em seres desprezíveis.
- Não, não! Imploro-te grande Festos, por favor, não!
- É tarde demais, a sua arrogância te levará à ruína. E tem mais, transformarei a sua linda filha Katherina numa figura de cera e a colocarei numa redoma, e sua beleza só poderá ser contemplada à noite, pois a luz e o calor do dia a matarão.
- Eu te imploro mais uma vez! Minha filha não, ela não tem culpa pelos meus erros. É o bem mais precioso que tenho. Faça o que quiser comigo, pode me destruir, mas poupe a criança.
- Isso não será possível, a sentença já foi dada. Ela estará cercada por espinhos venenosos e quem tocá-los morrerá.
- Não, não, eu não suportarei isso. Ver minha filha aprisionada, sentenciada a viver apenas algumas horas, sem poder sair de sua prisão, sem eu poder tocá-la.
- Será assim, a única coisa que permitirei é que a visite, mas nem ouse tocá-la.
O rei Petros caiu em desespero e chorou sua tragédia. Atordoado correu para tentar salvar sua filha, mas já era tarde demais. Seu reino estava em trevas, sua corte transformada em seres estranhos. Seu fiel escudeiro em uma mistura de sapo e homem lhe gritava:
- Rei, meu rei, que desgraça foi essa. Venha ver no meio do pátio do palácio há uma redoma em forma de botão de rosa.
- Então é real. Disse Petros.
- Real, o quê meu senhor?
- Boris, fui sentenciado por Festo o mago das florestas. Tudo o que aconteceu foi por minha culpa. Minha pobre filha está aprisionada para sempre.
A aparência de Petros também mudou, seu corpo esguio ficou curvado, seus cabelos ficaram brancos e seu rosto envelheceu brutalmente. A roupa de gala foi transformada em farrapos. Rei e conselheiro choraram juntos o drama.
Anos se passaram e o sofrimento de Petros aumentava cada vez mais.
- Venha Boris, está escurecendo, precisamos levar água para a rosa.
- Sim meu senhor.
Era sempre a mesma coisa. Petros com uma vara, que continha uma caneca na ponta, oferecia água para a moça, pois não podia tocá-la por causa dos espinhos.
- Beba minha querida.
- Obrigada pelo carinho, meu senhor.
Enquanto este ritual noturno acontecia, a corte do rei Petros contemplava a beleza e o brilho da rosa que iluminava todo o lugar. Todos dançavam, cantavam em louvor à beleza, até a aurora. Isso era o alento para as suas dores.
Quando a alva ia surgindo tudo silenciava e Petros se despedia da filha contendo suas lágrimas.
- Meu senhor, por que todas as noites me traz água e fica me velando como se fosse o meu guardião? Por que tanta dedicação? Perguntou isso, porque não reconhecia o pai por causa de sua transformação física.
Petros num instante de silêncio fúnebre pensa o que responder.
- É porque amo a beleza, é só por isso. Por favor, tenho que ir, o dia já está nascendo.
Neste instante a rosa começa a se fechar.
- Ei, ei, por que não posso sair daqui? Por que vivo nesta redoma cercada por espinhos? Alguém, por favor, me responda?
O pobre moribundo sai em lágrimas para o seu esconderijo.
- Meu senhor, meu senhor não fique assim, havemos de achar uma forma de anular a sentença de Festos.
- Boris, muitos anos se passaram e estamos aqui, vivendo
às escondidas. Festos não quer me ouvir, não consigo chegar nem perto de seu templo.
- E se procurarmos Morgana, quem sabe ela nos ajude.
Morgana era a rainha das bruxas da floresta encantada.
- Como chegaremos até ela com essas aparências?
- Acharemos um jeito, acharemos.
E lá foram os dois para os seus esconderijos.
Petros criou coragem e foi procurar por Morgana. Era sua última esperança. Havia uma rusga entre Festos e Morgana, por isso o rei ficou animado em procura-la.
- Minha senhora têm duas criaturas esquisitas querendo lhe falar. Disse Fenícia, uma bruxinha.
- Criaturas esquisitas! Sabe que não costumo falar com estranhos, principalmente criaturas esquisitas.
- Mas eles insistem!
Morgana tinha os cabelos vermelhos como fogo, sua beleza era estonteante. Porém toda essa magnitude escondia alguém muito temperamental e um segredo. Ela contava com três assistentes, Fenícia, Magda e Raissa.
- Raissa vá até a floresta me buscar ervas para uma porção.
- Sim minha senhora, irei imediatamente.
Quando Raissa saiu, Petros a abordou dizendo:
- Por favor, me ajude!
- Quem és tu criatura, e quem é esse ser esquisito que está do seu lado?
- Eu sou Petros e esse é Boris meu fiel amigo.
- Não me lembro de tê-lo conhecido criatura.
- Talvez tenha conhecido a minha história, mas, por favor, me ajude!
- E o que quer que eu faça?
- Preciso falar com Morgana, me leve até ela.
- Não posso minha senhora não atende estranhos, e não me perdoará por desobedece-la. Sinto muito.
A moça saiu para cumprir a tarefa que lhe fora dada cantarolando.
- Vamos embora meu senhor, não adianta.
- Daqui não saio Boris.
Neste instante Magda sai para o jardim para colher flores. Ela das três assistentes era a que tinha o coração mais bondoso. Era uma linda moça, cabelos dourados e cacheados, um rosto angelical em forma de bruxa.
- Veja Boris, veja, vamos falar com aquela moça.
- Vamos embora, não adianta.
- Não, não, eu irei até ela, tenho a impressão de que ela vai nos ajudar.
- Senhor, para que tanta humilhação?
- É por amor, Boris, por amor.
- Ei, ei, moça! Por favor, me ajude!
- Quem és tu criatura esquisita?
- Sou Petros e preciso de sua ajuda.
- Por que eu deveria te ajudar?
- Eu preciso falar com Morgana.
- Impossível!
- Por favor!
- Olha aqui, minha senhora é muito ocupada, não recebe estranhos, e se eu leva-lo até ela serei punida por desobediência, e não quero sofrer nenhuma punição.
- Eu te imploro, se soubesse a minha dor. Tenho uma filha, uma única filha, meu maior bem. Ela está aprisionada por causa de uma sentença nefasta.
Petros chorou como nunca houvera chorado. O coração de Magda foi contagiado pela emoção.
- Não faça isso, não aguento ver ninguém chorando. Eu não devia ter esses sentimentos, pois quero ser uma grande bruxa, e bruxas não podem ter o coração mole. Pare com isso.
- Estou desesperado, preciso de ajuda para libertar minha filha e Morgana é minha última esperança.
- Fique calmo, não se desespere, verei o que posso fazer. Não saia daqui até que eu volte.
Magda voltou para dentro da casa e ficou pensando como poderia ajudar o pobre homem. Passado algum tempo ela voltou para o jardim.
- Ei, ei, onde está você? Pode aparecer.
- Estou aqui atrás desta pedra.
- Saia daí para conversarmos. Volte amanhã à meia noite, estaremos dançando na floresta em homenagem à lua. Traga um presente e entre no meio da dança, assim ela te verá e não terá como negar uma conversa, mas traga um presente, minha senhora é muito vaidosa.
- Até logo, você não sabe o bem que me faz.
- Não precisa me abraçar, nem me tocar, já cedi demais. Agora vá!
Petros cumpria o seu ritual noturno, só que desta vez com pressa, pois precisava ir ao encontro de Morgana.
- Beba minha querida.
- Por que tanta pressa meu senhor?
- Preciso resolver nossas vidas.
- Como assim nossas vidas?
- Logo você entenderá.
- Fique mais um pouco, gosto de sua companhia.
- Em breve teremos muito tempo juntos.
- Não estou entendendo esta conversa. Não vá, me diga o que isto significa?
- Ainda não! Vamos embora Boris, antes que dê meia noite.
- Meu senhor estou com a joia que conseguiu esconder.
- Sim, meu caro, este será o presente para a bruxa.
A floresta estava tão iluminada pelo clarão da lua e da enorme fogueira. Bruxas e seres encantados dançavam ao redor do fogo. Assim os dois entraram no meio da festa e alegres dançavam.
- Parem! Parem! Bradou Morgana.
- Quem são estes estranhos que ousaram invadir a minha festa? Quem são? quem permitiu que entrassem?
Um silêncio pairou no ar
- Foi eu minha senhora. Disse Magda. Foi eu quem permitiu.
- Tinha que ser o coração mole. Interpelou Raissa.
- Ela tem que ser punida senhora. Falou Fenícia.
- É sim, é sim. Disse Raissa. Esses dois me incomodaram para que eu os trouxesse à sua presença. Disse-lhes que não. Ela tem que ser punida. Não pode ser uma de nós.
- Minha senhora, apenas segui meu coração.
Morgana enraivecida lhe responde:
- Nós bruxas não seguimos nossos corações, você sabe bem disto. Por isso será expulsa do nosso grupo.
- Não, não, por favor, não!
- Ei, minha senhora quem deve ser punido sou eu, se é que ainda há pior castigo do que o que vivo.
- Quem és tu criatura, para ousar falar comigo?
- Sou Petros de Esmirna
- Petros, Petros! O quê? O rei Petros, não pode ser! Eu conheci Petros, não era essa criatura horrenda. Não pode ser!
- Sou sim, minha senhora. Fui amaldiçoado por Festos. E esse que está comigo é Boris, meu fiel conselheiro.
- Não pode ser! Boris o sábio.
- Sou sim, minha senhora.
- Féstos, sempre Festos. O mago mais vaidoso que já conheci. Não aceita que ninguém o contrarie. Eu o conheço muito bem, e como conheço. Aquele ladrão de corações. Chega de saudosismo. Por que acha que posso ajuda-lo?
- É a minha última esperança. Fiquei sabendo que a senhora tem certas diferenças com ele.
- Não permito que toques em coisas da minha vida íntima. Cale-se.
- Não queria aborrecê-la, me desculpe. Sou um pai desesperado que só pode ver a filha à noite, pois está aprisionada numa redoma em forma de botão de rosas, que só abre à noite, e está cercada de espinhos venenosos, e, além disso, ela foi transformada em cera, não pode receber a luz do dia. Todo o meu reino tornou-se ruínas e minha corte transformada em seres estranhos.
- Ah Festos! Sua mágoa o tornou perverso em suas sentenças. Embora você não ter sido boa bisca, ele exagerou na dose. Por causa de uma história do passado, que precisa ser resolvida vou te ajudar, Petros, só por isso. Magda venha cá! Já que ousou me desobedecer terá uma missão, acompanhar o rei na sua procura, pois tem o coração bondoso. Petros você irá até a caverna dos morcegos que está no vale, lá encontrará um jovem, ele será a solução para vencer a maldição.
- Quem é esse jovem?
- É ele que te ajudará. Não deixe que Festos saiba disto, pois seria algo terrível.
- Minha senhora, os olhos de Festos estão em todos os lugares. Ele tem espiões por todos os cantos. Somente no teu mundo ele não pode entrar. Como farei isso sem ele saber?
- Eu não disse que seria fácil, disse? Por isso Magda irá com você, ela tem poderes mágicos, isso lhes ajudará. Quando encontrar o jovem leve-o até o botão de rosas. Somente ele pode tocá-la para quebrar o encanto. Proteja-o com tua vida. O ódio de Festos será quebrado, pois duas maldições serão quebradas quando ele tocar a rosa.
- Obrigado, obrigado minha senhora.
- Não me agradeça estou corrigindo um erro do passado. Agora ande, vá sem demora.
- Sim, sim, vamos.
Antes de sair o rei entregou a joia que havia levado de presente para Morgana.
Morgana recebe o presente e fica pensativa. O silêncio foi interrompido por Fenícia, que perguntou:
- Senhora, por que quis ajudar este ser desprezível?
- No passado eu era uma moça sonhadora, conheci um belo rapaz, cheio de encantos e sedução, um aprendiz de mago. Nos apaixonamos, vivemos uma grande paixão. Porém fomos vítimas de intrigas e mentiras, e alguém disse a Festos que eu o traia. O ciúmes o cegou, ele nunca me perdoou, e nem aceitou o fruto que estava no meu ventre, pois não acreditava na minha inocência, me julgou, não confiou no meu amor.
- Que triste, minha senhora. Falou Raissa.
- O pior foi a maldade que ele cometeu, me roubou a criança, seu próprio filho e o colocou em uma caverna. Deixando lá para vigiá-la uma criatura estranha, uma espécie de homem morcego, horrível. Nunca mais pude ver meu filho.
Morgana que nunca havia demonstrado sentimentos de emoção perto de suas assistentes, naquela noite chorou.
- Ele nunca aceitou. Ele nunca acreditou no meu amor, me tirou a última lembrança boa do nosso amor. Desgraçado Festos! E o pior, fiquei sabendo que o menino ficou cego, por viver na escuridão. Que horror, que desgraça!
- Não fique assim senhora. Bradaram as moças.
Magda acompanhava os dois seres até a caverna e para que não fossem reconhecidos, transformou-os em dois grilos e os colocou em uma caixinha.
- Fiquem ai quietos até chegarmos à caverna, lá os soltarei para que entrem, e quando entrarem vocês tornarão às suas formas, e tirem o moço de lá. Entenderam?
- Quem se aproxima? Disse a criatura horrível, Chamado Nefistos.
- Responda, senão eu vou te atacar e sugar todo o teu sangue e transformá-lo numa criatura das trevas.
- Sou eu, sou eu, Magda. Não precisa ficar preocupado. Vim apenas conversar com você.
- Eu não te conheço, não quero conversa com ninguém. Meu mestre me proibiu disto.
Magda estava atrás de uma pedra aguardando o momento certo para aparecer.
- Eu não acredito que você não queira falar comigo.
- Festos não permite isso, sou o guardião da caverna.
De repente, Magda aparece, sua beleza encanta a fera.
- Oh raios! Que beleza.
A fera foi encantada, ficou sem palavras.
- Vim conhecer o famoso guardião, ouvi muito a teu respeito.
- a meu respeito?
- Sim, que é obediente, forte e corajoso.
Neste instante sem que a fera percebesse, solta os grilos e eles entram na caverna.
- Ninguém nunca se aproximou de mim, sempre correram.
- É que eles não sabem a pessoa especial que você é.
Todo embasbacado, ficou a fera com o encantamento e não percebeu que o moço foi tirado da caverna. Markus era o seu nome.
- Vamos, vamos depressa, pois logo vai escurecer.
Os dois seguravam os braços do rapaz para que ele não caísse pelo caminho. Magda, quando viu que o plano tinha dado certo, disfarçou e também fugiu. A fera endoideceu.
- Raios, raios! Meu mestre vai me destruir. Como pude ser tão tolo, cair num encanto de bruxaria. Estou perdido.
Festos soube, pois dois de seus espiões, criaturinhas esquisitas em forma de insetos lhe contaram o fato.
- Maldito! Aquele incompetente, deixou que o rapaz saísse de sua prisão. Corram todos, temos que impedir que ele toque a rosa. Isso só pode ser coisa da Morgana. Corram, corram! E você seu morcego idiota irá passar todos os seus dias numa gaiola de aço.
O Mago saiu para impedir que toda a maldição fosse quebrada. Rumou até o palácio de Petros, que se encontrava em ruinas. Só não contava com a surpresa que o aguardava.
Petros chega com o moço e fica aguardando a rosa se abrir.
- Boris, esconda o moço, vou me certificar de que não fomos seguidos.
- Sim meu senhor.
- Quem são vocês, por que me trouxeram a este lugar? Disse Markus assustado.
- Fique calmo. Respondeu Boris.
Em silêncio aguardavam quando de repente Festos aparece.
- Petros, por que me desafia de novo, saia de teu esconderijo, me entregue o rapaz. Saia, seu covarde!
Nesse momento Morgana aparece.
- Pare Festos! Temos um assunto para resolver.
- Não ouse, sua traidora, não me desafie. Não basta o mal que me fez passado me traindo!
- Não fale o que não sabe, ficou cego por causa do ciúme. Não me deu ouvidos, não quis saber a verdade. Tornou-se amargo e vingativo.
- Fui traído sim, me trocou por outro.
- Isso não é verdade. O teu ciúme não deixou que enxergasse a verdade. Nunca o trai, foi tudo intriga daqueles que não queriam a nossa felicidade.
- Não acredito!
- É a mais pura verdade.
Enquanto os dois discutiam as suas vidas, Petros pegou o moço e o levou até a rosa. As pétalas foram se abrindo lentamente. O lugar foi ficando iluminado.
- Meu senhor, que é esse moço? Indagou Katherina.
- É Markus, ele veio te conhecer, mas infelizmente não pode ver a tua beleza.
- Por quê?
- Ele é cego.
De repente, algo mágico acontece. O moço estende a mão e perpassa os espinhos e quando vai tocá-la, Festos brada com muito ódio:
- Não se atreva! Senão irá morrer.
Armou o seu arco, e quando ia atirar a flecha, Morgana grita:
- Matará o teu próprio fruto por causa do teu ódio?
- O que fala?
- Sim, ele é teu filho, teu filho!
- isto não pode ser verdade.
- É a mais pura verdade. O ciúme não apenas te cegou, como também cegou teu filho.
Festos ficou imóvel. O coração embrutecido amoleceu. Caiu de joelhos e chorou, um choro amargo.
- Como pude ser tão insensato, passei todos esses anos alimentando o ódio. Condenei meu próprio filho a viver na escuridão. Como pude ter ficado tão cego.
- Festos, deixe nosso filho que nunca viu a luz deste mundo, que nunca conheceu a maldade e seus vícios tocar a flor para que o ódio se transforme em amor. Deixe-o cumprir o seu destino.
Morgana abraça o mago e juntos choram o dissabor de duas almas amantes separadas pela mentira. Neste instante Markus toca a rosa, seus olhos puderam pela primeira vez contemplar a beleza da vida.
- Oh meu Deus! Como você é linda.
- Você está me vendo?
- Sim, sim, estou vendo, estou vendo.
Petros extasiado com o que estava acontecendo, nem percebeu as transformações ao seu redor. Toda a maldição foi quebrada. Sua corte voltou a ser o que era antes.
O jovem arrancou os espinhos, tirou a moça da redoma e a trouxe até Petros.
- Minha filha, está livre, livre!
- Quer dizer que todos esses anos foi o meu próprio pai quem cuidou de mim.
- Sim, o meu amor nunca me separou de você.
Ele a abraçou e choraram um choro de alegria. Naquele momento Petros recupera toda a sua aparência de rei.
- Boris, meu querido Boris, amigo de sempre, onde você está?
- Estou aqui meu senhor.
Boris também voltou a ser o Lorde que sempre fora. Os dois se abraçaram e sorriram.
Markus foi até Morgana acompanhado por Magda. Ficou sabendo de toda a sua história. Abraçou sua mãe que o acariciava, como todas as mães fazem. Festos todo envergonhado olha para o moço, pede-lhe perdão e diz:
- Não sou digno de ser perdoado, pois nunca ouvi o pedido dos outros. Vou para a caverna para purgar os meus erros. Quem sabe um dia destes eu possa me encontrar. Adeus!
- Espere meu pai! Nossas vidas hoje se encontraram, podemos recomeça-las a partir de agora. Meu coração está aberto para o senhor e minha mãe.
O mago desmoronou. Abraçou o filho como se fosse uma eternidade.
O reino voltou a ser iluminado. A rosa casou-se. Petros envelheceu e viveu sua velhice feliz. Morgana voltou para sua floresta. Festo resignou-se e nunca mais praticou maldades e aprendeu a lição de que não se deve deixar que sentimentos mesquinhos possam cegar nosso entendimento.
Autor: José Geraldo da Silva