quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

HOMENAGEM A JOÃO GUIMARÃES ROSA



Amigos das palavras, brindemos a magia.

Brindemos ao lirismo, aos sonhos e a paixão.

Do mestre criador, sonhador, cantador.

Que cantou através da mineirice, saindo da mesmice.

Inventando desde o tempo da meninice, um mundo

Imaginário, revelando por meio de invencionice

Um mundão de neologismos do tamanho do sertão

Que vive no ser tão apaixonado pelo encanto, que

Vive no canto de cada canto das Gerais

Ser que sofre os seus ais por aventuras demais

Que se tornaram imortais pela pena do imortal

Recebido no eterno portal, onde só os amantes da palavra

São honrados eternizados

Brindemos, pois o mundo de Rosa é como

Magma, onde é derramado brota poesia,

Inspira a alegria e empresta ao mundo a sua lira

E nos diz: viver é muito perigoso, vige seu dotor

A gente morre é para provar que se viveu, ora mire,

Hoje a gente vive é para provar que você, mestre,

Existiu de se pegar.

Um brinde à Roseanoproesia.

 

José Geraldo da Silva

 

 

SUPREMO POETA




No princípio era a palavra

E a palavra era sem forma e vazia

Há via trevas na comunicação

E disse o supremo poeta:

Haja luz, e a escrita nasceu.

E viu que a escrita era boa

E um soneto então concebeu.

Misturou as línguas e confundiu os homens

E viu que isso era bom

E a poesia se universalizou

Depois colocou dois astros no céu

O sol para clarear e abençoar o dia,

A lua para iluminar a noite

E inspirar os poetas

Tudo isso estava bom

Mas o supremo poeta na sua ansiedade poética

Na sua paixão lírica criou o homem

Suas imagem e semelhança

E nele colocou um sopro poético,

Lirismo, paixão e alma.

E lhe disse: escreve e cria

E enche a terra de poesia

Viu que o seu poema era bom

Guardou a pena, então chorou.

 

José Geraldo da Silva